Mais de 90% das MPI’s afirmam que a economia brasileira será afetada pelas tragédias do Rio Grande do Sul, segundo pesquisa SIMPI/Datafolha
Aspectos econômicos devem ser afetados nos próximos meses por contas das chuvas e enchentes no Rio Grande do Sul e MPI’s tem menor capital de giro já registrado na pesquisa.
Aspectos econômicos devem ser afetados nos próximos meses por contas das chuvas e enchentes no Rio Grande do Sul e MPI’s tem menor capital de giro já registrado na pesquisa. (Foto: Freepik)
A 13ª Pesquisa Indicador Nacional de Atividade da Micro e Pequena Indústria do SIMPI/ Datafolha, revela uma perspectiva multifacetada do cenário econômico durante o mês de maio com foco também nas tragédias do Rio Grande do Sul. Em seguida, a pesquisa mostra aspectos econômicos do último bimestre e analisa futuro das MPI’s.
Ao analisar o índice de satisfação das MPI’s nacional, o valor aumentou e chegou ao mesmo patamar dessa época no ano passado, aos 121 pontos. A região mais satisfeita com as MPI’s é o nordeste com 126 pontos, indo contrário ao Município de São Paulo, que registrou 115 pontos. No entanto, ao se analisar os componentes desagregados, a avaliação da empresa segue sendo a mais positiva com 139 pontos. Ao analisar individualmente cada componente, a região mais satisfeita com avaliação da empresa é o Sul com 144 pontos e segue sendo a mais satisfeita quando o assunto é faturamento com 120 pontos.
Em relação às expectativas de capital de giro, o cenário é pessimista, alcançando o pior resultado já registrado pelo Indicador Nacional de Atividade da Micro e Pequena Indústria SIMPI/Datafolha com 53% das MPI’s com capital de giro insuficiente. O cenário se torna mais discrepante quando apenas 8% das empresas entrevistadas garantem um capital de giro mais que suficiente. Com relação à procura de meios para garantir capital de giro às MPI’s, o cenário se torna preocupante para a saúde financeira das empresas e dos empresários, isso porque, 14% utilizaram cheque especial, seguidos por uma procura intensa de empréstimo pessoal com 11%. As pequenas indústrias são as maiores responsáveis pelo aumento do uso do cheque especial, com 27% das empresas utilizando.
Com um olhar para as tragédias climáticas que aconteceram no Rio Grande do Sul, os dados revelam uma preocupação unânime em relação às consequências em diversos aspectos da economia no Brasil, como custos de matéria primas e taxa de inflação. Nos gráficos à seguir, mais de 90% das MPI’s mostram uma preocupação envolvendo a economia brasileira, principalmente o aumento na inflação do país.
Além desses pontos, a cadeia de fornecedores e a oferta de produtos e serviços, também são outros aspectos que se tornam preocupantes para as MPI’s chegando a mais de 80%.
Ao analisar os aspectos nas regiões do país, o Sul segue em último lugar com 50% das MPI’s acreditando que a oferta de produtores terá uma grande mudança na economia do país e em primeiro lugar o Nordeste, com 58%. No entanto, quando analisados os dados do Rio Grande do Sul pela região percebe-se que o principal fornecedor e cliente das MPI’s que estão localizadas na região e por isso, são os mais afetados pela chuva, já que 47% das MPI’s são responsáveis por um giro da economia interna. Ainda assim, 59% das indústrias seguem sem ser afetadas diretamente pelas chuvas.
Por fim, com um olhar para o futuro, as indústrias se mostram bastantes despreparadas para tragédias envolvendo enchentes, secas e calor extremo. Os dados da pesquisa mostram que para enchentes e alagamentos 33% das MPI’s não se sentem preparadas, assim como 24% para situações de calor extremo e 29% para secas.