LIDE Talks destaca mudanças na formação profissional em tempos de pandemia

Os propósitos pessoais dos profissionais devem estar alinhados com os propósitos de futuro das companhias, aponta especialista.

Captura de tela 2021-04-01 16.19.15Propósitos dos profissionais devem se alinhar com os das companhias. (Foto: Reprodução)

“Educação e Formação para o Trabalho” foi o tema do LIDE Talks nesta terça-feira, 30. A transmissão online promovida pelo LIDE RS contou com a participação do diretor do IBCA (Instituto Brasileiro de Competição Analítica) e CEO da Intellectum Inteligência Estratégica, Emir Radaelli; o professor da FGV-EAESP, Ely Laureano Paiva, e o CEO do CIEE-RS, Lucas Baldisserotto.  

Palestrante e consultor ajudando empresas na melhoria de competitividade, Radaelli fez uma apresentação do que representa na cultura da organização a formação profissional. Explicou modelos e estratégias para tomada de decisão, considerando a visão corporativa  da empresa para profissionais e colaboradores. 

Para ele, é preciso melhorar a cultura corporativa se você quiser reter talentos. “Muitas organizações promovem desenvolvimento dos profissionais mais na área técnica do que no desenvolvimento de manager. É preciso alinhar o propósito pessoal dos profissionais com os propósitos de futuro da companhia, a maneira como cada um se vê dentro do processo organizacional”, avalia.

 Educação Superior

O professor Paiva, por sua vez, falou sobre o papel da educação superior e apresentou dados de pesquisa do INEP, mostrando que o Brasil estacionou em relação a outros países. Na sua opinião, as mudanças que ocorreram com a pandemia aceleraram o processo de mudança no ensino, em função da antecipação de tecnologias e da disparada do ensino à distância.

Neste contexto, surgem as perguntas, seria mais interessante fazer um curso superior ou partir para o curso técnico, valeria a pena hoje fazer pós-graduação? Paiva acredita que ainda há muito espaço para evoluir com o curso superior e que o ganho relativo, no Brasil, em comparação a quem tem apenas o ensino médio, é um dos maiores do mundo. Então, sim, ter pós-graduação pode fazer uma grande diferença no mercado de trabalho.

No seu entender, o Brasil tem agora um desafio, incentivar o ensino universitário, agregando valor com pesquisa e desenvolvimento, aproximando os pesquisadores das empresas e transferindo o conhecimento de ponta para dentro das empresas. “A maior parte dos pesquisadores exerce sua atividade nas universidades, ao contrário do que acontece na Europa”, afirma.

Mudança de perfil

Contando um pouco sobre a importância da atividade do CIEE na formação dos jovens para que se tornem ótimos profissionais, Baldisserotto relatou as transformações de perfil observadas nestes tempos de pandemia. Para ele, houve uma profunda mudança do que os jovens querem e a maneira pela qual encaram o trabalho. “A gente precisa acompanhar estes movimentos, precisamos ver o que o mercado pede, o que as empresas necessitam e se os jovens têm suas expectativas atendidas. Eles querem resultados mais rápidos. Este é um desafio para todos na construção do jovem para o mundo do trabalho.”

O presidente do LIDE RS, Eduardo Fernandez, atuando como coordenador, lembrou a transformação nos ambientes de trabalho em decorrência da pandemia e que acredita no modelo hibrido daqui para frente. Neste sentido Baldisserotto vê vantagens no home-office. Ele considera que há uma perda na relação entre as pessoas, na interação com os colegas ou superiores, mas que há também um ganho quando se vê uma nova geração altamente tecnológica e que se adapta muito bem a este novo momento. “Tem sim uma perda, mas tem também um ganho em adaptação e conhecimento das ferramentas da tecnologia, nisto, eles contribuem efetivamente com as empresas. Alguns até se sobressaem nesta situação”, conclui.