Setor cervejeiro une crescimento econômico com sustentabilidade
Segmento tem preocupação crescente com economia circular, que vem sendo adotada e potencializada a partir de ações sustentáveis robustas nos últimos dez anos.
Em 2022, a indústria cervejeira cresceu quase 12%. (Foto: Unslpash)
Neste Dia da Cerveja, 4 de agosto (celebrado na primeira sexta-feira de agosto), é bom lembrar que, por trás de uma latinha ou copo da bebida, há uma indústria em crescimento e cada vez mais comprometida com a sustentabilidade. E essa busca por se tornar aliada ao meio ambiente tem alavancado o mercado, na avaliação de atores do setor. Em 2022, a indústria cervejeira cresceu quase 12%, ao mesmo tempo em que se consolidou como referência em economia circular.
Pelo lado econômico, já são mais de 1,7 mil estabelecimentos espalhados pelo país, representando um aumento aproximado de quase 1,6 mil novas cervejarias em apenas uma década. É o que mostra o Anuário da Cerveja de 2022, elaborado pela Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Em relação à geração de emprego, a cerveja representa 72,3% do total no setor de bebidas alcoólicas, com mais de 42 mil empregos diretos. Dados da Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil) apontam que são 2,1 milhões de pessoas que vivem do negócio da cerveja, com um valor adicionado à economia superior a R$ 200 bilhões.
A sustentabilidade também se torna uma preocupação cada vez maior entre as cervejarias. O diretor geral da CervBrasil, Paulo Petroni, fala sobre a preocupação crescente do setor com a economia circular, que vem sendo adotada e potencializada a partir de ações desenvolvidas nos últimos dez anos.
“Estamos em um processo acelerado de transformação, e o entendimento das empresas nessa questão da sustentabilidade não é apenas para aprender uma determinada lei ou seguir um determinado regulamento. Nós estamos virando essa página, estamos vendo cada vez mais executivos de fato incorporando o termo responsabilidade social na governança de primeiro nível e na definição das métricas de desempenho de suas empresas”, diz Petroni.
Alguns dos destaques voltados à sustentabilidade do setor na última década são: a fundação do Instituto Rever, responsável por gerir a logística reversa de diversas de suas associadas; a reutilização do mosto, um resíduo obtido a partir da fermentação da cerveja que pode ser aproveitado em diversos segmentos, desde ração animal até como material para bioenergia; o reuso da água, com a otimização da produção na cadeia industrial; e a retornabilidade das embalagens da bebida.
Além de ser o terceiro maior produtor do mundo de cerveja, o Brasil também tem um enorme potencial para ser protagonista em economia circular. “É uma oportunidade para todos os setores”, afirma o gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Davi Bomtempo. “Várias regulamentações estão se consolidando, tanto no Brasil quanto internacionalmente, estimulando as práticas de economia circular. Consequentemente, aquelas empresas que internalizaram esses princípios vão ter uma competitividade maior quando acessarem as cadeias globais de valor”, completa.