Luiz Rabi: 'Apesar da queda da inflação e das taxas de juros, o cenário de recuperação judicial apresenta uma reação mais lenta'
Novembro registra 175 pedidos de recuperações judiciais, revela Serasa Experian.
Luiz Rabi, economista da Serasa Experian. (Foto: Reprodução/Linkedin Rabi)
Novembro registrou um novo salto no número de pedidos de recuperações judiciais: foram 175, conforme mostra o Indicador de Falências e Recuperação Judicial da Serasa Experian. Em relação ao mês passado, o aumento foi de 8,0%. Já em comparação com o mesmo período de 2022, o crescimento foi de 196,6%.
“Apesar de começarmos a observar os resultados da queda da inflação e das taxas de juros, o que tem contribuído para uma melhoria na inadimplência das empresas, o cenário de recuperação judicial apresenta uma reação mais lenta”, comenta o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi. Conforme destaca o economista, a situação de inadimplência das empresas brasileiras está diretamente relacionada ao aumento desse índice.
“O constante crescimento da lista de companhias negativadas mostra que a instabilidade econômica ainda é um desafio para os empreendedores. Nesse contexto, abalados financeiramente, muitos empresários acabam recorrendo aos processos de recuperação judicial como uma tentativa de renegociar dívidas e evitar a falência”, finaliza Rabi.
Micro e pequenas empresas lideraram ranking
As “micro e pequenas” empresas (MPEs) lideraram as requisições, com 137 pedidos, em seguida estavam os “médios negócios” (22) e os “grandes” (16). No mesmo mês do ano anterior, os MPEs tinham 113 solicitações, seguidos pelas companhias de porte médio (33) e grande (16).
A análise também revelou que o setor de “Serviços” foi o que mais demandou por recuperação judicial (112). “Comércio” ficou em segundo lugar (33) e, em sequência, estavam “Indústria” (22) e o setor “Primário” (8). Veja, abaixo, os dados completos de cada segmento e os comparativos anual e mensal:
Diminuição de 36,1% nos pedidos de falências
Pelo quarto mês consecutivo, os pedidos de falências apresentaram uma significativa redução, com 39 casos registrados em novembro, queda de 36,1% na comparação com o mês passado e de 58,9% em relação a 2022.
As “micro e pequenas” empresas lideraram em número de requerimentos (25), seguidas pelas “grandes”, (8) e pelas “médias” (6). Em relação aos setores, o segmento de "Comércio" teve a maior demanda (18), seguido por "Indústria" (10), "Serviços" (10) e “Primário” (1).