Juros afetam satisfação entre empresários de micro e pequenas indústrias e pessimismo aumenta no setor
Pesquisa SIMPI/Datafolha aponta cenário instável e dirigentes o avaliam mal, de acordo com atual momento econômico do País.
Maioria dos empresários afirmam prejuízo com a alta taxa básica de juros. (Foto: Unsplash)
A última rodada da pesquisa “Indicador Nacional de Atividade da Micro e Pequena Indústria”, em sua sétima edição, mostrou uma queda no nível de satisfação dos empresários, entre fevereiro/março e abril/maio deste ano (2023). Os dados são compostos por indicadores econômicos do setor e apontam que a Avaliação da situação da empresa passou de 55% para 52%, na classificação de “Ótima/Boa”. Na parte de “Regular” foi de 34% para 35% e “Ruim/Péssima” foi de 11% para 12%.
O principal motivo que puxou essa baixa foi a taxa básica de juros, fechada em 13,75% (Selic). Segundo a pesquisa, 82% dos empresários estão sendo prejudicados por isso.
Na última ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada em 27/06/2023, o órgão publicou que o futuro da política monetária dependerá da dinâmica inflacionária e que manteve a Selic no mesmo valor por compreender que é uma estratégia de conversão da inflação.
A consequência disso foi a queda nas vendas, aumento no desemprego, poder de compra reduzido e a soma de tais fatores levou à queda de satisfação do empresário. Em relação ao bimestre anterior, o Índice de Satisfação das MPI’s ficou estável, mas caiu 1 ponto, passando de 122 para 121 (em uma escala de 0 a 200 pontos); acima da média. O maior pico foi em outubro e novembro de 2022, que fechou em 135.
Ao analisar separadamente, a Micro ficou menor (120) em relação à Pequena (125). Isso acontece, principalmente, porque as micro enfrentam maiores dificuldades financeiras, na área. Para chegar nestes resultados foram considerados a situação geral da empresa, faturamento e margem de lucro.
Por fim, no que se refere ao indicador de Expectativa da situação da empresa no próximo mês, também houve piora. Para 47%, a situação irá melhorar (no bimestre anterior fechou em 50%). Além disso, 37% avaliam que a situação fique estável (mesma porcentagem do período antecedente) e 12% dizem que vai piorar (antes fechado em 10%).