Ilana Trombka: 'A violência política é um ambiente que tenta expurgar as mulheres'
Diretora-geral do Senado Federal defendeu o incentivo às mulheres na política por meio do voto e uma mudança que começa na base, ainda na estrutura dos partidos políticos.
Seminário Mulheres Líderes teve exposição de Ilana Trombka, além da participação de Nadir Moreno, Celia Pompeia e María Castroviejo (Foto: Fredy Uehara/Uehara Fotografia)
O Seminário LIDE Mulher promoveu a troca de experiências e o debate sobre equidade nesta terça-feira (29), na CASA LIDE, em São Paulo. Com a pauta “O papel das mulheres na atividade política e na sociedade”, o encontro teve a exposição de Ilana Trombka, diretora-geral no Senado Federal e mestre em comunicação social, e a participação de Nadir Moreno, presidente da UPS e do LIDE Mulher, Celia Pompeia, presidente do Grupo Doria e VP do LIDE Mulher, e María Castroviejo, head de RH da Acciona Brasil.
Ilana destacou que o machismo intrínseco na sociedade, com o qual as mulheres precisam lidar desde os primeiros anos de vida, as acompanha por toda a jornada - especialmente quando alcançam cargos de liderança. “Eu achava que não sofria com o machismo, mas pensava que não precisava ser vítima para me envolver nesse assunto. E então eu descobri que era vítima”.
Diretora-geral do Senado Federal participou do Seminário Mulheres Líderes, realizado nesta terça-feira (29), na Casa LIDE, em São Paulo (Foto: Fredy Uehara/Uehara Fotografia)
Durante sua exposição, a diretora-geral no Senado Federal relembrou que as mulheres só conquistaram o direito ao voto em 1932 e, hoje, ainda representam somente 17,7% dos cargos políticos.
“Ainda somos muito excluídas da política e, quando participamos, somos incluídas nas matérias que são ditas como mais femininas. A violência política contra a mulher acontece com todas as candidatas, é um ambiente que tenta expurgar a mulher porque somos minoria. A forma machista de excluir as mulheres dos lugares é fazer com que acreditem que elas estão concorrendo. No ambiente político, como somos poucas, nos tornamos alvos fáceis”.
Para mudar esse cenário, Ilana acredita em duas vertentes principais: no incentivo às mulheres na política por meio do voto e na mudança que começa na base, ainda na estrutura dos partidos políticos.
“Temos uma proposta de emenda da constituição sobre a progressão de cadeiras, que diz que o partido que não contribuir para o fomento das lideranças femininas no seu município não poderá concorrer às cadeiras que são reservadas às mulheres. Precisamos de normas que determinem esse número de cadeiras direcionado às candidatas. Enquanto isso não muda, faço questão de direcionar, no mínimo, 50% dos meus votos a mulheres”.
Em evento promovido pelo LIDE Mulher, Ilana Trombka falou sobre a violência sofrida pelas mulheres no ambiente político (Foto: Fredy Uehara/Uehara Fotografia)
O Seminário Mulheres Líderes conta com o patrocínio da Acciona e o apoio da Unimed Nacional. O evento tem como fornecedores oficiais Lica Cinelli, Mais Pura e Natural One.