Grupo Smart Fit quer expandir estúdios no Brasil e na Europa
Ana Carolina Corona, diretora de microgym do Grupo Bio Ritmo/Smart Fit, anuncia plano de expansão das marcas de estúdio e revela as diferenças de gestão dos segmentos de negócios.
Ana Carolina Corona, diretora de microgym do Grupo Bio Ritmo/Smart Fit. (Foto: Divulgação)
À frente do segmento de estúdios do Grupo Bio Ritmo/Smart Fit, Ana Carolina Corona é responsável pelas marcas Race Bootcamp, Vidya Studio, Jab House, Tonus Gym, e de um novo negócio de Pilates, que de acordo com a empresária, ainda está em fase de teste. Sua trajetória no grupo, no entanto, vem de antes, quando foi chefe de operações da Rede no México. Mas foi a partir de um olhar mais criterioso e voltado a inovação do mercado, que em meados de 2017 percebeu uma nova oportunidade, que já demonstrava força na Europa e nos Estados Unidos: academias pequenas e nichadas em modalidades.
Com esse cenário, Ana Carolina Corona vislumbra um futuro promissor para os negócios, com previsão de ampliação das marcas no Brasil e no exterior. Os detalhes ela contou, exclusivamente, ao LÍDER.INC.
Sua experiência dentro do Grupo passa pelo México, no comando das operações da Rede Smart Fit, e agora à frente de quatro marcas. O que há de diferente na gestão de negócios destas duas experiências?
A cabeça de um gestor que opera a Smart Fit, e de um que opera os Estúdios, tem que estar voltada para as pessoas. Cuidar do cliente é o foco número 1 e para isso precisamos entender quem é ele, o que busca e como podemos surpreendê-lo. Precisamos ter o time certo e a cultura adequada para entregar o melhor produto para esse cliente. Nesse ponto, os dois tipos de negócios exigem o mesmo esforço: cuidar do colaborador, cuidar do cliente e manter a cultura adequada para que todos tenham autonomia e estejam motivados.
Onde esses negócios se distinguem é no tipo de produto e no tipo de cliente (um cliente que busca Smart Fit quer simplicidade, qualidade de estrutura e gosta de treinar “sozinho”, já o cliente que busca os Estúdios têm uma preferência por aulas coletivas e está disposto a pagar mais por isso). O time que opera estúdios têm uma cabeça muito voltada para os detalhes, para um serviço personalizado e individualizado, para uma experiência única e para um público exigente que viaja e tem uma barra muito alta.
Enquanto na Smart Fit, você consegue replicar o negócio com uma certa rapidez e agilidade, nos Estúdios, precisa de uma agilidade diferente associada sempre ao cuidado com a qualidade da entrega e com as pessoas certas na linha de frente e nos treinos.
Como nasceu a ideia de incluir essas marcas como braço no grupo? O que permitiu essa inovação dentro deste setor?
Procuramos estar sempre atentos às mudanças que acontecem no mundo do ponto de vista geral e, principalmente, do nosso setor. Nosso time de executivos viaja o mundo buscando inovações e se relacionando com outros concorrentes mundo afora. Isso nos permite estar na vanguarda dessas inovações. Parte essencial da nossa cultura é a inovação.
Com isso, em meados de 2017, começamos a perceber que o modelo de negócios de Estúdios (academias pequenas e nichadas com uma modalidade de negócio) começava a crescer e a se estabelecer como algo que ficaria tanto na Europa como nos Estados Unidos. Com essa percepção, entendemos que, para atender esse novo cliente que busca uma forma diferente de se exercitar, precisávamos criar nossas próprias marcas. Nasceu assim o Race Bootcamp (estúdio de Corrida com funcional), Vidya Studio (estúdio de yoga), Jab House (estúdio de boxe com funcional), Tonus Gym (estúdio de musculação) e One Pilates (estúdio de pilates).
Qual a perspectiva de expansão e crescimento destas marcas?
Queremos estar presentes nas principais cidades do Brasil, em alguns países da América Latina- que já temos algum grau de conhecimento proveniente da Smart Fit-, e na Europa, onde atualmente já contamos com operações em Portugal e na Espanha, países que desejamos ampliar nossa atuação. Somente neste ano, pretendemos abrir 58 unidades, entre nacional e internacional, sendo metade próprias e a outra de franquias.
Após a pandemia, como enxerga as tendências do consumidor para este nicho de mercado?
Após a pandemia vimos um aumento na busca por atividade física no geral: tanto em número de clientes, que antes não tinham isso como sua prioridade, quanto na frequência. Para o setor de estúdios, no pré-pandemia você tinha um uso mensal de aproximadamente 7x no mês. Já no pós, esse número cresceu + de 20%. As pessoas vêm tomando mais consciência e colocando a atividade física como algo essencial em suas vidas.
As quatro marcas trabalham formatos e propostas diferentes de produto. Como é, para você, geri-las e compreender as características de cada negócio e público?
Hoje temos 5 marcas se considerarmos o Pilates que acabamos de abrir e ainda está em “teste”. Elas têm um formato muito similar de modelo de gestão e, por isso, consigo operar todas com o mesmo time. A cabeça e o foco são os mesmos para marketing, operação, arquitetura, franquia e expansão. Temos muito bem desenhado quem é o cliente de cada marca e o que ele busca para que a entrega seja bem pontual (muitas vezes o cliente de uma marca pode ser o de outra também). A única área que tenho times separados na gestão é na área técnica, que cada marca tem a sua especificidade (exemplo: o time técnico do yoga é totalmente diferente do time técnico do Race).
Como projeta este mercado para o futuro? A tecnologia é uma aliada nesta evolução?
Esse mercado tende a crescer. É um estilo de treinamento voltado para um público que dificilmente consegue se encontrar em uma academia tradicional. Um público que gosta de aulas coletivas, quer diversão enquanto treina, busca o melhor resultado em pouco tempo e quer agilidade. Sempre surgem novas modalidades e precisamos estar atentos às modalidades que são apenas “moda” ou aquelas que vieram para ficar. A tecnologia está evoluindo e temos muitas ferramentas novas a nosso favor que nos ajudam a segmentar e a tratar nosso cliente como único.