Gerações Z e Y são as que mais buscam por benefícios flexíveis no trabalho, aponta estudo inédito da Swile
Anuário de Benefícios Corporativos 2023 traz insights sobre o comportamento de colaboradores e as práticas de RH das empresas, de 26 segmentos econômicos do Brasil.
Pesquisa contou com a participação de 1.044 empresas do País. (Foto: Unsplash)
Quando o assunto é flexibilidade no trabalho, as gerações Z e Y são as que mais priorizam essa modalidade. A informação foi divulgada no Anuário de Benefícios Corporativos 2023, realizado pela Swile, startup centauro de benefícios flexíveis em parceria com a Leme Consultoria e grandes empresas do mercado de Gente e Gestão, como Cia de Estágios, I Love My Job, Plure, Page Group e Vagas.com.
Os dados e análises foram feitos com base na participação de 1.044 empresas do País, com mais de 1 milhão de colaboradores, que correspondem a 26 segmentos econômicos produtivos, com mapeamento de 16 tipos de benefícios corporativos e 13 boas práticas de Gente e Cultura (RH). O material é uma das principais referências do segmento e traz informações inéditas sobre os pilares de inovação, tendência e consumo dos benefícios oferecidos no Brasil.
Segundo Bruno Montejorge, VP de marketing da Swile Brasil, essas gerações (Y e Z) têm uma predominância de demanda por flexibilidade no uso de benefícios porque são elas que, de fato, encontram usos alternativos para as concessões dessas vantagens que as empresas disponibilizam aos seus colaboradores. "Hoje, a flexibilidade é em si um benefício e não uma modalidade de concessão deste. Prova disso, é que podemos observar pelo Anuário que, quando as pessoas respondem a pesquisa como pessoa física, elas valorizam carreira, o reconhecimento da performance e a flexibilidade no uso de benefícios", explica.
Outro ponto relevante que o executivo traz de insight - a partir do Anuário - é que chegou o momento de entender que a nova geração, que está entrando no mercado de trabalho, já vem com demandas que priorizam o bem-estar. "A flexibilidade já se tornou um desejo do trabalhador e um diferencial para as empresas que a oferecem. Com o novo cenário de mercado, assim que mais pessoas da geração Y e Z alcançarem as posições de maior influência nas organizações, este movimento deverá se intensificar."
O momento único do RH
Há outras questões relevantes mostradas pela pesquisa, como o fato que, independentemente da predominância geracional, é possível observar que as preferências no ranking dos benefícios aparecem na mesma direção - tanto quando se fala das mais básicas, como a assistência médica e a alimentação, quanto em flexibilidade. "No estudo, vemos que, muitas vezes, no que diz respeito às boas práticas de RH, existe um desalinhamento entre o que as empresas oferecem e o que as pessoas valorizam. Os colaboradores anseiam por muita flexibilidade, mas eles também querem que as suas necessidades básicas sejam atendidas."
O cuidado com os colaboradores é, cada vez mais, a prioridade das empresas. Esses benefícios são vistos, muitas vezes, como determinantes para a retenção dos talentos nas companhias. Segundo o Anuário, quanto menor a renda líquida do colaborador, mais determinante o benefício corporativo será para que uma pessoa escolha por uma vaga ao invés de outra. Por isso, o nível de prevalência de importância dos benefícios para pessoas colaboradoras é muito maior do que para outros níveis de cargos.
Entre as categorias mais valorizadas pelas organizações na hora de oferecer os benefícios aos colaboradores estão: vale-refeição (81,2%), assistência médica (81,1%), seguro de vida (67,1%), assistência odontológica (62,4%) e vale-alimentação (57,2%). E, neste cenário, a tecnologia entra para agregar aos líderes de RH. Para administrar essas demandas, é essencial ter soluções qualificadas que possibilitem a gestão de todos os benefícios de forma intuitiva, simplificando tarefas como o cadastro de novos colaboradores, a solicitação de cartões e a adição de saldo nas carteiras de benefícios.
"A flexibilidade nos benefícios permite que empregadores atendam às necessidades diversificadas de seus colaboradores, oferecendo uma série de vantagens que vão muito além da remuneração básica e dos ultrapassados benefícios tradicionais", comenta Montejorge. "E a tecnologia oferece a possibilidade de acompanhar o padrão de consumo dos colaboradores, permitindo futuros ajustes no pacote de benefícios, conforme preferências identificadas", complementa.
Outra vantagem para as empresas é que a Medida Provisória (MP) nº 1.173/23, que prorrogava a portabilidade e a interoperabilidade no âmbito do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) para 2024, deixou de ter efeito no final de agosto, sem ser convertida em lei.
"O novo Decreto nº 11.678/23 chega para começar a regular como a portabilidade deveria funcionar e, também, para trazer mais clareza no sentido de que os rebates disfarçados estavam proibidos e assim continuam no PAT", explica Montejorge. "Com a ratificação da proibição pelo novo decreto e o fim das maneiras criadas pelas operadoras tradicionais para disfarçar o rebate, a expectativa é que haja ampla abertura de mercado, sem nenhuma prática criativa por parte dos incumbentes, como forma de burlar a lei. Dessa forma, cada vez mais, as companhias poderão oferecer benefícios que se encaixam de acordo com a prioridade de cada colaborador."