Fernanda Fontes, Samsung: “Quando viramos mães, nos tornamos muito mais fortes, mais resilientes e melhores negociadoras”
Fernanda Fontes fala sobre carreira e maternidade, uma rotina de trabalho baseada em resultados, práticas de fomento à inovação na área de vendas, além do protagonismo das mulheres no ambiente corporativo.
Fernanda Fontes, gerente de vendas da divisão de Consumer Electronics da Samsung Brasil. (Foto: Divulgação)
Fernanda Fontes é gerente de vendas da divisão de Consumer Electronics da Samsung Brasil, com vasta experiência no setor comercial, especialmente na indústria. Com dois anos de atuação na Samsung, ela concede esta entrevista à Samsung Newsroom Brasil para falar um pouco sobre como conciliar sua rotina de trabalho e carreira com a maternidade, permeada por desafios que se renovam mês a mês, fomentando a inovação e a diversidade no dia a dia, além de manter um olhar atento ao seu posicionamento como uma executiva mulher em sua área de atuação. Confira:
Fale um pouco sobre a sua formação e como iniciou a sua carreira até trabalhar na Samsung.
Sou formada em Relação Internacionais (RI), mas construí minha carreira atuando sempre na área comercial. Tive meu primeiro contato com a indústria em um trabalho como atendente de televendas, em 2007, na Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), fazendo um trabalho de suporte às empresas associadas. De lá, tive passagens importantes em outras empresas do setor de eletroeletrônicos, até começar minha trajetória na Samsung Brasil, em 2021.
Como você concilia rua rotina de trabalho com a maternidade? Sua vivência com seu filho te ajuda de alguma forma em sua carreira?
Meu tempo fora da Samsung e do meu trabalho está hoje muito conectado aos momentos que passo com o meu filho. Ele é pequeno, está com seis anos, e não há tempo ruim quando estou com ele. Nós dois aproveitamos muito as atividades ao ar livre, curtir música juntos, ficar em casa, enfim, todo tipo de atividades, até as mais simples, ou melhor, principalmente as mais simples. E é claro que isso tem um impacto indireto na minha carreira. Acredito que somos profissionais melhores quando a vida pessoal e a profissional andam juntas, nos trazem satisfação e alegria, ainda mais como mulher e mãe. Ter uma vida agradável tem um reflexo extremamente positivo em todos os aspectos, incluindo o trabalho.
A maternidade te ajudou a enxergar a carreira de alguma forma diferente?
Sem dúvidas. Digo que uma mulher quando se torna mãe se torna também uma profissional melhor. Nos tornamos muito mais fortes, mais resilientes e melhores negociadoras. Consequentemente, as relações interpessoais e a forma de encarar os desafios ficam muito mais fáceis, sem contar a importância de sermos um bom exemplo para nossos filhos, ainda mais nos dias de hoje, e passamos a prestar mais atenção em nossa conduta dentro e fora do trabalho.
Como você vê a figura da mulher inserida no mercado da tecnologia, e o que você considera essencial para que a presença feminina seja cada vez maior nesse ambiente?
As mulheres ainda são minoria no mercado, mas estamos avançando nesse sentido. Eu mesma já fui a única mulher de uma área comercial de uma empresa, algo que hoje é mais raro. Eu vi as mudanças acontecendo nos últimos anos, com mais espaço para diversidade em todos os sentidos, e é algo que me deixa muito contente. Quando as mulheres ocuparem posições de liderança, é preciso que seja uma iniciativa e conscientização de todos com o objetivo de fomentar discussões, voltar a atenção para a formação e a preparação necessária para que elas ocupem espaços antes tradicionalmente dominados por homens.
Qual mensagem você deixa para outras mulheres e mães que sonham em seguir carreira em uma empresa de tecnologia?
Minha mensagem principal é, na verdade, bem simples e direta: nós podemos ocupar absolutamente todos os espaços que quisermos. Isso não significa que é fácil, pelo contrário, e quando se é mãe parece ainda mais desafiador, mas é bem possível. No fim das contas, só depende de nós mesmas e das pessoas que nos apoiam e acreditam em nós.
Como é o dia a dia de trabalho em uma empresa como a Samsung? Qual é a sua rotina de trabalho?
A rotina é de interação intensa com diversos times, como marketing, produto, demand planning e, claro, com o cliente e suas diversas áreas. O mais curioso é que cheguei para trabalhar na Samsung justamente quando a minha vida – e a de todo mundo – estava em um processo de mudança muito profundo, por conta da pandemia, há dois anos. Não encontrei dificuldade quanto a adaptação por conta do home office, algo que já era aplicado em minha atuação anterior, mas foi necessária grande adaptação nesse início para conciliar uma rotina ágil e acelerada sem o contato direto com as outras pessoas da equipe, já que o dia a dia é muito dinâmico, com reuniões de alinhamentos e planejamentos.
É uma rotina de junção e colaboração dos times para que tudo caminhe para o atingimento dos resultados. A animação e o dinamismo são o que, na verdade, me motivam a trabalhar mais, cada vez melhor e sempre com foco em atingir nossos objetivos, que são semanais.
Qual foi o momento mais marcante da sua jornada na Samsung até agora – e qual foi seu principal desafio?
Costumo dizer que os grandes desafios em nossa área são os que ainda estão por vir. Passamos por todo tipo de prova mês a mês, e o que nos motiva é justamente saber que, no próximo ciclo, outros desafios virão e, graças a muito trabalho, também serão superados. No meu dia a dia, o trabalho é uma dinâmica constante entre conquistas e superações, mas sempre sabendo que no mês seguinte novos desafios virão. Ter os pés no chão e a certeza de que essa dinâmica é parte da graça me inspira a continuar.
Cito a Black Friday como exemplo de um dos grandes desafios nessa trajetória aqui na Samsung, a época mais empolgante para a empresa inteira e, talvez, a mais desafiadora. É a sazão mais importante do ano, que gera muito trabalho e vários desafios, mas traz também muita animação e motivação para os times, uma energia boa que nos dá prazer e satisfação em fazer parte de tudo.
Levando em conta a rotina corporativa em uma empresa de grande porte, como é possível inovar dentro da sua área de atuação?
Uma das surpresas que tive quando vim trabalhar na Samsung foi ver como todos os profissionais, de diferentes áreas, são muito bem munidos de informações e ferramentas, e isso é fundamental para que cada pessoa possa alcançar todo o potencial em sua atuação. É isso o que eu acredito que gera inovação, e isso em uma empresa de tecnologia faz todo o sentido.
Além disso, pela minha experiência, uma das razões do sucesso da nossa marca é a diversidade dos times. Hoje as equipes se mesclam muito, há trocas todo o tempo, entre os mais experientes e os mais jovens, entre quem trabalhou a vida inteira no meio e quem chega para agregar em diferentes disciplinas. É uma riqueza muito grande de competências que, no fim do dia, trazem um frescor à nossa operação, aquele olhar diferente e muito necessário para inovar.
Qual foi o principal impacto que a pandemia proporcionou no seu modo de trabalho atual?
Em um primeiro momento, fui tomada – como acredito que muitas pessoas também – por um susto seguido de incerteza. Não tínhamos informações precisas, nem como saber o que aconteceria dali para frente. Para quem trabalha com eletrônicos, na área comercial, entretanto, o volume de trabalho aumentou muito. A reação dos consumidores foi muito clara: comprar mais eletrônicos para casa, ou seja, exatamente o que a Samsung oferece, e isso teve um efeito na minha rotina, não tanto pelo impacto de home office, como disse antes, mas por termos tido o difícil aprendizado de definir onde começa e termina o trabalho. Hoje, posso dizer que aprendemos a fazer nossas funções mesmo à distância, e continuamos aprendendo bastante.
Quais são suas grandes inspirações na carreira e o que você mais admira em cada uma delas?
São vários nomes que me vêm à mente, mas gostaria de destacar a Rachel Maia, ex-CFO da Tiffany & CO e ex-CEO da Lacoste Brasil. Ela tem uma história muito interessante, com muita superação e hoje usa sua notoriedade para atuar ativamente em projetos de capacitação e inclusão com equidade no mercado de trabalho.