Corrupção privada: 69% dos especialistas globais preveem aumento de crimes financeiros
Norma ISO especializada no combate à corrupção é aliada das empresas que buscam se prevenir de crimes financeiros.
Executivos afirmam que investimento em tecnologias e ações anticorrupção devem ser prioridades. (Foto: Unsplash)
Pesquisa realizada neste ano pela empresa multinacional Kroll apontou que 69% dos especialistas em gestão de riscos do mundo acreditam que ameaças de crimes financeiros privados devam crescer no próximo ano. Mais da metade dos executivos entrevistados também disseram que o investimento em tecnologias e ações anticorrupção devem ser prioridades nas empresas.
Pensando nessa problemática crescente, a ISO (International Organization for Standardization) desenvolveu o Sistema de Gestão Antissuborno (ISO 37001), possibilitando a implementação de controles financeiros, com a realização de treinamentos aos colaboradores, avaliação dos parceiros da organização e investigações/relatórios periódicos.
A definição de suborno, de acordo com a norma ISO 37001, é abrangente e compreende a aceitação ou solicitação de qualquer vantagem indevida, seja de natureza financeira ou não, com o propósito de influenciar, incentivar ou recompensar uma pessoa para que ela aja de determinada maneira ou se abstenha de agir no cumprimento de suas obrigações.
“É um referencial de enorme credibilidade, que serve como base para organizações adotarem um programa de compliance efetivo”, explica Paulo Bertolini, diretor-geral da APCER Brasil, certificadora de origem portuguesa com atuação global. “Para acompanhar a implementação da norma é necessária a indicação de uma pessoa de confiança da empresa”, completa.
Para facilitar a integração com outras normas, a ISO 37001 também segue a mesma estrutura Anexo SL (Structure Level), como a ISO 45001 (Sistema de Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional), ISO 14001 (Sistema de Gestão Ambiental e a ISO 9001 (Sistema de Gestão da Qualidade).
Após a norma ser implementada, juntamente com uma cultura anticorrupção, a organização pode solicitar o serviço de certificação, que possibilitará o reconhecimento internacional desta iniciativa.
“Implementar essas diretrizes não garante a eliminação completa de atividades corruptivas, no entanto, a empresa passará a adotar critérios rigorosos e conduzirá investigações internas de forma proativa e periódica, sem necessidade de suspeitas serem levantadas para que isso aconteça”, conclui Bertolini.