Baby Boomers: Profissionais ganham 61% a mais que colaboradores com menos de 35 anos nos Estados Unidos
O cenário demonstra um excesso na oferta à medida que o grupo passa para cargos de nível médio e superior.
Cenário demonstra um excesso na oferta à medida que o grupo passa para cargos de nível médio. (Foto: Unsplash)
A diferença salarial entre trabalhadores mais jovens é maior do que quando a geração Baby Boomers, nascidos entre 1945 e 1964, ingressaram no mercado de trabalho. Entre 1979 e 2019, a disparidade salarial entre profissionais com mais de 55 anos e menos de 35 anos aumentou 61% nos Estados Unidos.
O cenário demonstra um excesso na oferta à medida que o grupo passa para cargos de nível médio e superior. Uma pesquisa realizada por Nicola Bianchi, professor assistente de estratégia da Kellogg, e Matteo Paradisi, do Instituto Einaudi para Economia e Finanças, apontou que as mudanças estruturais foram os maiores incentivadores para o desenvolvimento do cenário empregatício.
Mudanças como atraso na aposentadoria, alto custo da mudança de emprego e o crescimento estagnado de empresas, mantêm trabalhadores mais velhos em posições remuneradas por mais tempo. Já os jovens, enfrentam crescimento lento na carreira e passam por frequentes mudanças de emprego.
Alex Araujo, CEO da 4Life Prime - líder em saúde e segurança do trabalho, explica que a situação já reflete no mercado de trabalho brasileiro. “Em 2060, a idade média dos trabalhadores será de 42 anos. É uma mescla entre mudanças socioeconômicas e demográficas, o que impacta diretamente no envelhecimento da força de trabalho”, diz.
Na Itália, por exemplo, entre 1985 e 2019, a idade mediana dos trabalhadores aumentou 19%. Durante o período, trabalhadores com mais de 55 anos ganharam enormes aumentos salariais - 33% para pessoas de 56 anos e 53% para pessoas de 65 anos.
Com menos de 35 anos, o crescimento salarial alcançou apenas 14%. A pesquisa, por fim, concluiu que trabalhadores mais velhos tiveram um aumento desproporcional de salários em países de alta renda. “No Brasil, a situação se difere em um ponto. Enquanto as oportunidades de estudo e trabalho se assemelham entre os cidadãos de países desenvolvidos, aqui, a desigualdade social e a falta de acesso, atrasam grupos menos favorecidos. Além da dificuldade do ingresso no mercado, com salários iniciais menores que o salário mínimo, a alta concorrência também é um desafio constante”, finaliza Alex Araujo.