82% dos CEOs no Brasil estão mais otimistas com resultados das suas empresas
A base de comparação foi em relação ao início do ano, demonstrando que 2023 pode ser melhor do que o esperado pelas organizações, de acordo com estudo da EY.
A base de comparação foi em relação ao início do ano, demonstrando que 2023 pode ser melhor do que o esperado pelas organizações. (Foto: Divulgação)
A maioria dos CEOs (82%) atuantes no Brasil disse estar confiante com as perspectivas de desempenho financeiro das suas empresas nos próximos 12 meses. Dos 50 CEOs entrevistados pelo estudo CEO Outlook Pulse, produzido recentemente pela EY, 66% afirmaram estar moderadamente mais otimistas e 16% significativamente mais otimistas em relação à edição anterior realizada no início do ano. Nenhum CEO disse estar significativamente menos otimista; somente 10% optaram por moderadamente menos otimista; e 8% não mudaram sua percepção de um levantamento para o outro.
Esses resultados demonstram que 2023 pode ser melhor do que o esperado pelas organizações e estão em linha com indicadores econômicos recentes, incluindo os de confiança ou de percepção dos empresários e consumidores. A amostra brasileira faz parte de um estudo abrangente que ouviu mais de 1,2 mil CEOs de organizações do mundo todo com receita superior a US$ 1 bilhão no último ano fiscal.
A tecnologia ou disrupção digital, incluindo ameaças cibernéticas, foi apontada como o principal risco que pode impactar o desempenho do negócio. Quase oito em cada dez (78%) respondentes disseram que esse risco pode trazer um impacto de moderado a muito significativo, incluindo nessa escala uma resposta intermediária que é "impacto significativo".
A economia, em especial a volatilidade do mercado, veio na sequência, com 76% das respostas. Os conflitos geopolíticos e as tensões comerciais entre os países ficaram na terceira posição, com 74%. Fecharam o ranking riscos regulatórios, com 72% das respostas, e ESG e riscos de sustentabilidade, com 68% da preferência.
A reconfiguração da cadeia de suprimentos foi apontada por mais da metade dos executivos entrevistados (54%) como a principal resposta das suas organizações à mudança do cenário geopolítico para os próximos seis meses. Na sequência, com 44% da preferência, vieram empatadas realocação dos investimentos para um país diferente e realocação de ativos operacionais.
"Os CEOs estão lidando com uma série de riscos e desafios causados por eventos externos às suas empresas. Esse cenário exige rápida adaptação às mudanças e capacidade de liderar as organizações em tempos incertos", diz Leandro Berbert, sócio de Estratégia e Transações da EY Brasil. "Aqui no Brasil, cresceu, conforme o estudo demonstra, o otimismo com os resultados financeiros das empresas em uma estratégia baseada na busca por melhoria de desempenho e de alianças de negócio estratégicas".
Rotatividade maior
Essa complexidade no ambiente de negócios tem aumentado a rotatividade dos CEOs. Nos Estados Unidos, mais de mil CEOs deixaram o cargo neste ano até julho, de acordo com relatório da empresa de recolocação executiva Challenger, Gray & Christmas. Esse número é 33% maior do que o do ano passado inteiro e o mais elevado nos primeiros sete meses do ano desde o começo da série histórica de monitoramento de saídas desses executivos iniciada em 2002.
Entre os motivos principais dos desligamentos está a pressão sobre esse profissional causada pelo ritmo implacável das mudanças observadas nas organizações. Nesse contexto, o desempenho dos CEOs, especialmente sua dificuldade de fornecer as respostas a esses desafios, tem sido cada vez mais questionado pelos conselhos de administração das empresas.