Fusões e aquisições devem voltar a crescer em 2024, indica PwC
Tendências demonstram apetite de investidor para compra majoritária e volta dos fundos de Private Equity.
Leonardo Dell’Oso, sócio da PwC Brasil Leonardo Dell’Oso. (Foto: Divulgação)
O ano de 2024 começa registrando 85 operações de fusões e aquisições no Brasil, mesmo número registrado em janeiro do ano passado, porém com características de mercado que já revelam uma tendência de crescimento nos próximos meses. A conclusão é do relatório mensal de fusões e aquisições produzido pela PwC Brasil.
Sócio da PwC Brasil, Leonardo Dell’Oso explica que 2024 começa com uma ligeira queda no número de operações se comparado ao final de 2023, mas que deve se recuperar ao longo do ano. Leonardo comenta que na comparação com janeiro de 2023, nota-se uma estabilidade no volume de transações, o que pode indicar que o mercado de M&A tende a retomar a rota de crescimento em 2024.
“O ano de 2024 começa com interesse maior do investidor por compra de controle societário ao invés de compra da participação minoritária, com 54% das operações do período (contra 47% no mesmo período do ano passado). Este comportamento pode demonstrar uma visão de mais longo prazo dos investidores, explica Leonardo Dell’Oso.
Os números de operações por tipo de comprador (estratégico ou financeiro) também poderiam indicar uma certa estabilidade se comparados ao mesmo período do ano passado. Mas, quando é avaliada a média das operações de 2023 em relação a janeiro de 2024, notamos uma tendência de retomada dos investimentos pelos fundos de private equity e bancos de investimentos (investidores financeiros), cujo volume de transações cresceu 19%. Esta mesma tendência pode ser confirmada se avaliados os últimos 12 meses findos em janeiro de 2024 contra o mesmo período de 2023, quando é registrado um crescimento de 10%.
Na comparação por setor, o setor de tecnologia continua sendo o de maior destaque. Quando comparados os últimos 12 meses findos em janeiro de 2024, o setor registrou teve um decréscimo importante no número de operações, mas no comparativo de janeiro de 2023 com janeiro de 2024, mostra recuperação, representando 50% das transações no período.
O setor de Consumo, que veio bem em 2023, também trouxe uma queda de 8% no volume de transações nos últimos 12 meses findos em janeiro de 2024, mas um ligeiro aumento em proporção das transações totais no comparativo entre os períodos. O setor de Produtos Industriais e Automotivo, terceiro setor com maior representatividade em volume de transações, apresentou uma queda de 12% no período de 12 meses findos em janeiro de 2024, se comparado ao mesmo período do ano anterior. Na comparação mês contra mês teve uma pequena perda de representatividade sobre o total de transações (-2,4%).
No setor de energia e serviços de utilidade pública, apesar da pequena queda no volume de transações nos últimos 12 meses findos em janeiro de 2024, ganhou um pouco em representatividade no volume total. Esse setor apresentou um crescimento acelerado no volume e na representatividade sobre o total (cresceu 60% na comparação mês contra mês, base janeiro de 2024, representando 9,4% das transações no período).
Apesar do baixo volume de transações em relação ao todo, o setor de Serviços Financeiros apresentou uma forte queda (71%) no comparativo entre janeiro de 2024 e janeiro de 2023 (queda de 16% se considerado o período de 12 meses findos em janeiro de 2024 contra o mesmo período do ano anterior).
Em uma visão geral, observamos uma estabilidade no volume de transações de M&A no início de 2024 em relação ao início de 2023, mas uma possível retomada do mercado no ano, mantidas as atuais condições macroeconômicas internas e externas, que deverá ser melhor percebida no 2º semestre de 2024.