Previdência privada cresce 2,9% no 1º semestre e aportes somaram R$ 77 bilhões
Considerando apenas o resultado de junho, as contribuições a planos de previdência privada aberta subiram 5%, totalizando R$ 13,6 bilhões.
Edson Franco, presidente da Fenaprevi. (Foto: Divulgação)
Levantamento realizado pela Federação Nacional de Previdência Privada e Vida — Fenaprevi relativo aos dados de previdência privada do primeiro semestre de 2023 mostra que os aportes foram de R$ 77,4 bilhões, alta de 2,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Os resgates somaram R$ 66 bilhões enquanto a captação líquida fechou o semestre em R$ 11,4 bilhões. O resultado revela que quase 11 milhões de brasileiros já acumulam R$ 1,3 trilhão em ativos, alta de 14,1% sobre os primeiros seis meses de 2022.
O estudo sugere uma leitura positiva do movimento da previdência privada no semestre, principalmente se considerada a conjuntura econômica. De acordo com a Fenaprevi, o momento é bom em termos de arrecadação. Nos últimos três anos em especial, houve comprovadamente um esforço dos participantes para manter as contribuições. Ao olhar o histórico, nos últimos 10 anos (2013-2022) a captação bruta cresceu em média 8,6% ao ano em termos nominais. Em termos reais, quando descontada a inflação, observa-se um crescimento quase quatro vezes maior do que o da economia brasileira no período.
Segundo o presidente da Fenaprevi, Edson Franco, “apesar do cenário de recuperação lenta da economia, com um nível de inadimplência acima da média e alta restrição de crédito, o crescimento no volume de aportes e a estabilidade da quantidade de participantes no sistema são bons indicadores da importância dada pelos consumidores ao planejamento financeiro familiar e da relevância de preservar uma poupança previdenciária de longo prazo. É um balanço muito positivo dadas as circunstâncias", avalia o executivo.
Cerca de 11 milhões de pessoas possuem planos de previdência privada
Em junho, 10,9 milhões de pessoas tinham planos de previdência privada, valor 1,6% acima do registrado em junho passado. Desses, 80% estão em planos individuais e 20% em planos coletivos. Ao mesmo tempo, 61% estão em planos VGBL – Vida Gerador de Benefício Livre e 21% em PGBL – Planos Gerador de Benefício Livre. Os demais estão em planos tradicionais e FAPI - Fundos de Aposentadoria Programada Individual.
VGBL lidera aportes
Distribuindo-se os aportes do primeiro semestre entre os produtos, o levantamento aponta que R$ 70,5 bilhões foram em VGBL, alta de 2,6%, R$ 5,4 bilhões em PGBL, 10% acima do registrado no primeiro semestre do ano passado, e R$ 1,6 bilhão foram destinados aos planos tradicionais e Fapi-Fundo de Aposentadoria programada Individual.
Desafios da indústria
A despeito dos avanços, de acordo com Fenaprevi os maiores desafios da indústria são a carência de educação financeira — educação securitária e previdenciária em particular — da população e o nível de renda. Para Edson Franco, “os produtos de previdência, assim como os seguros de pessoas, são bens superiores, exigem uma capacidade de poupança que não é a realidade da maioria”, aponta. “Só conseguiremos aumentar a proteção da renda da nossa população com mais educação financeira — educação securitária e previdenciária, em particular -, e com o crescimento da renda”, conclui o presidente da Fenaprevi.