Ilan Goldfajn: “O foco deve ser o impacto do dinheiro investido, não o volume que é emprestado”
Ao lado de lideranças políticas, autoridades monetárias e empresários, presidente do BID foi um dos expositores da manhã desta sexta-feira (1) do LIDE Brazil Development Forum, em Washington
LIDE Brazil Development Forum teve início na manhã desta sexta-feira (1), em Washington, nos EUA (Foto: Vanessa Carvalo/LIDE)
Promover o desenvolvimento sustentável do Brasil por meio de investimentos e acesso aos fundos multilaterais foi a principal pauta dos painéis da manhã desta sexta-feira (1), durante o LIDE Brazil Development Forum, que acontece em Washington, nos Estados Unidos. O encontro, realizado pelo LIDE - Grupo de Líderes Empresariais, marca a quarta edição de eventos internacionais deste ano, nesta ocasião, com a proposta de trazer à mesa de discussão a importância de temas como as energias renováveis para impulsionar as oportunidades de investimento na nação.
‘Fatores que promovem o desenvolvimento sustentável’ foi o tema que norteou o primeiro painel do evento, com exposição do senador Alessandro Vieira, do ex-senador Romero Jucá e apresentação do presidente do Senado Federal e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco.
O senador Rodrigo Pacheco falou sobre a necessidade de haver equilíbriio entre a exploração desenfreada e as leis ambientais para o desenvolvimento sustentável do país (Foto: Vanessa Carvalho/LIDE)
Em sua fala, Pacheco destacou a questão ambiental como parte da estrutura nacional, estando o desenvolvimento econômico diretamente ligado à sustentabilidade. “Temos toda condição de dizer ao mundo como se deve fazer um desenvolvimento sustentável. O hidrogênio verde é exemplo disso, temos a perspectiva que esse seja um ativo extraordinário na transição energética. Tenho certeza de que é possível conciliar a exploração de riquezas nacionais com o desenvolvimento sustentável. Precisamos buscar um equilíbrio entre a exploração desenfreada e a intransigência das leis ambientais”, pontuou o presidente do Senado Federal e do Congresso Nacional.
Comentando as exposições, o deputado federal Carlos Sampaio reforçou a necessidade de alinhamento entre os setores e as iniciativas ambientais. “Temos muitos projetos que tramitam hoje na Câmara de acordo com os compromissos estabelecidos com a ONU até 2030. Temos que estar nesse mundo para defender algo, não para lutar contra alguém”, frisou.
Investimentos do BID no Brasil
Em sua apresentação especial, Ilan Goldfajn, presidente do BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento -, destacou que o Brasil é o principal cliente da instituição, com 80 projetos ativos. “Temos R$ 82 bilhões do Grupo BID investidos no Brasil, entre BID, BID Invest e BID Lab”, explicou.
Ao lado de lideranças políticas, autoridades monetárias e empresários, presidente do BID foi um dos expositores da manhã desta sexta-feira (1) do LIDE Brazil Development Forum (Foto: Vanessa Carvalho/LIDE)
Goldfajn destacou, ainda, a estratégia institucional do BID, que está dividida em grandes grupos. “O primeiro foco é o combate à pobreza e à desigualdade e o investimento em áreas como saneamento básico, educação e saúde – a essência do BID há muitos anos. Depois, a infraestrutura física e regional, já que temos cada vez mais foco em projetos regionais. Por último, a questão do clima, envolvendo aspectos como mitigação, adaptação, resiliência e reação à crise. Nosso foco deve ser o impacto do dinheiro investido, não do que é emprestado”, pontuou.
Acesso aos fundos multilaterais
Encerrando os debates da manhã, o segundo painel teve como foco algumas das principais pautas de interesse para a população: o acesso aos fundos em prol do saneamento, energias renováveis, meio ambiente, saúde educação, com a participação do vice-presidente do International Finance Corporation (IFC) para a América Latina, Caribe e Europa, Alfonso Garcia Mora, o diretor do Banco Mundial para o Brasil, Johannes Zutt, e o CEO do Banco BRB, Paulo Henrique Costa.
O representante do IFC destacou a importância do investimento de iniciativas privadas para o desenvolvimento do Brasil. “O IFC tem cada vez mais procurado investimentos no setor de inclusão e em ações concretas, como projetos para mulheres, por exemplo. Também estamos focados na sustentabilidade, não só em mitigação, mas na transformação das empresas para que tenham processos energéticos mais eficientes”. Em sua apresentação, Mora também explicou que a instituição está trabalhando na modelagem da privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
O LIDE Brazil Development Forum tem patrocínio do Banco BRB, Bradesco, CEDAE, CNI, Febraban, Invest.Rio, Itaú e Paper Excellence. O evento conta ainda com apoio da Acciona, Deso, FIA e Grupo BBF.