Governadores defendem reformas estruturais no LIDE Brazil Investment Forum, em Nova York
Evento reuniu parlamentares e representantes dos principais estados brasileiros para discutir as reformas e as oportunidades de investimentos no Brasil.
Wilson Lima, governadador do Amazonas, destacou a importância do estado para o desenvolvimento econômico e socioambiental do país. (Foto: Érika Garrida/LIDE)
As reformas estruturais foram colocadas como fatores primordiais para o desenvolvimento econômico e social do Brasil durante o debate entre governadores e prefeitos das principais regiões do país, no LIDE Brazil Investment Forum, na manhã desta terça-feira (9), em Nova York. O encontro, realizado pelo LIDE - Grupo de Líderes Empresariais, marca a terceira edição de eventos internacionais deste ano, desta vez, com o intuito de trazer à mesa de discussão a importância destas mudanças para impulsionar as oportunidades de investimento na nação.
O primeiro representante a colocar em pauta a necessidade deste olhar, foi o governador do estado do Amazonas, Wilson Lima, que reforçou a relevância da reforma tributária ao seu estado, lembrando que a simplificação e redução da carga tributária definem investimentos. No entanto, alertou para que essa mudança não prejudique modelos que já estão dando certo, como o caso da Zona a Franca de Manaus, que impacta positivamente no setor econômico e social da região.
“A reforma tributária é que fundamental para o estado e uma necessidade do Brasil e, simplificar tributação e diminuir carga tributária para o investidor. Mas o país não pode prejudicar modelos econômicos que estão dando certo. A zona franca de Manaus gera 500 mil empregos diretos e indiretas, representa 30% do nosso PIB e 47% da arrecadação de ICMS”, enfatiza.
Ecoando a fala de Lima, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, também trouxe ao seu discurso o aspecto impulsionador da reforma tributária, assim como as preocupações com o desenvolvimento regional.
Renato Casagrande, governador do Espírito Santo, foi um dos governadores que trouxe a Reforma Tributária para o centro de discussões. (Foto: Érika Garrida/LIDE)
“Os governos fazem desenvolvimento regional com incentivos usando o ICMS. Tenho preocupação também com a compensação de receitas, mas votar a reforma é uma decisão importante para a sociedade brasileira para empreender com menos burocracia”, diz.
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Onde está esse futuro?
Mauro Mendes, governador do Mato Grosso, fez um balanço entre o passado e o que se espera do agora para o país. (Foto: Érika Garrida/LIDE)
O governador do Mato Grosso, Mauro Mendes, aproveitou para fazer um parâmetro com uma frase dita há décadas, que "vislumbra sempre o Brasil como um país do futuro", e indagou quando a população viverá essa previsão, clamando ao Congresso que compreenda as necessidades reais do país, para que, em conjunto com os estados, possa trazer esse futuro ao alcance das pessoas.
Como base para esse objetivo, ele cita que a discussão, mais uma vez, começa pelo lado errado. “Como vamos discutir a tributação, aquilo que o estado brasileiro vai cobrar do seu cidadão e das suas empresas, se antes não tornarmos esse estado mais eficiente? O estado brasileiro é caro, é burocrático e custa caro para o cidadão”. Mendes lembra do valor de outras reformas já aprovadas e súplica pela continuação deste projeto de mudança.
“No Brasil temos medo de tomar decisões que possam mudar o rumo da história e a reforma trabalhista deu passos importantes e peço aos representantes do Congresso que não permitam que país possa retroagir”, afirmou.
Mais tempo para empreender
Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, comentou sobre as reformas para reestruturar o Brasil, que apesar de desafiadoras, precisam estar sempre em pauta no diálogo com outros poderes. (Foto: Érika Garrida/LIDE)
O desafio das grandes reformas já é uma realidade no Rio Grande do Sul, como trouxe o governador Eduardo Leite, que citou que no estado diversas mudanças na carreira do servidor público e no incentivo à privatização, que a princípio eram tabus, hoje mostram resultados positivos que culminaram em sua reeleição, como a gestão financeira, retomada de investimentos e redução de impostos. Para ele, no âmbito nacional, a produtividade é o tema central, pois é o que dará energia para o empreendedor conseguir empreender.
“Criar um espaço acolhedor ao empreendedor significa oferecer a oportunidade de gastar o seu tempo empreendendo e não atender às demandas do governo de plantão”, diz. “Quando falamos em reformas, falamos em dar condições aos governos para que possam cobrar menos da sociedade pela ineficiência da máquina pública, ter capacidade de investimentos e diminuir a burocracia. Quem não cuida das contas, não cuida das pessoas”, complementa.
Economia verde: o futuro do desenvolvimento
Cláudio Castro, governador do Rio de Janeiro, CEDAE (Foto: Érika Garrida/LIDE)
Nem só de reformas estruturais depende o desenvolvimento nacional. Esse olhar ficou claro na participação de Cláudio Castro, governador do Rio de Janeiro, Romeu Zema, governador de Minas Gerais, Helder Barbalho, governador do Pará e Ratinho Jr, governador do Paraná, que trouxeram ao debate a economia verde como propulsor da economia do Brasil.
De acordo com o Castro, o Rio de Janeiro já está em processo de desenvolvimento sustentável pelo projeto ambiental da Cedae, que prevê, daqui cinco anos a Baía de Guanabara totalmente limpa, como já acontece com a praia do Flamengo, que se tornou própria para banho-classificação que por muitos anos era impensável.
Romeu Zema, governador de Minas Gerais, afirmou que quedas das barragens em Mariana e Brumadinho são acidentes que trouxeram planejamento estratégico no campo de prevenção. (Foto: Érika Garrida/LIDE)
Zema relembrou os desastres ambientais e sociais que Minas Gerais passou na última década, como o caso de Mariana, e Brumadinho - que ocorreu no seu primeiro mandato. O governador lembrou que, após este segundo incidente, realizou reformas estruturais para melhorar a segurança das barragens, a fim de corrigir “esse problema crônico que sempre ocorreu no estado”. Zema firmou ainda o compromisso de ser o último governador a enfrentar esse tipo de tragédia.
O governador do Paraná, Ratinho Júnior, tem intenção de transformar o estado em um hub de energia. (Foto: Érika Garrida/LIDE)
Ainda no painel, Ratinho Jr., governador do Paraná, lembrou que o estado foi classificado como o mais sustentável do Brasil, com reconhecimento pelo ranking de competitividade entre os estados do país e pela OCDE, que em relatório do ano passado colocou o Paraná como referência em sustentabilidade.
Helder Barbalho, governador do Pará, destacou a bioeconomia como fator potencializador de desenvolvimento do país. (Foto: Érika Garrida/LIDE)
Representando a região amazônica, Helder Barbalho, governador do Pará, jogou luz ao potencial econômico da bioeconomia. Segundo o político, o Brasil precisa enxergar o mercado de carbono como uma nova comodity para alavancar a nova economia nacional e do planeta, que dará na conciliação de uma sustentabilidade social e econômica.