BID anuncia US$ 2,5 bi para segurança e vai dobrar carteira do setor privado

Ilan Goldfajn afirma que América Latina precisa transformar potencial em produtividade.

vfc_lide_washigtonDC_09092025_0046Ilan Goldfajn, presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), defende uma aliança multilateral voltada ao combate ao crime organizado. (Foto: Will Volcov e Vanessa Carvalho/LIDE)

O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn, anunciou que a instituição vai destinar US$ 2,5 bilhões para apoiar países da região em emergências de segurança pública. A medida faz parte de uma aliança multilateral voltada ao combate ao crime organizado, que segundo ele “não pode ser enfrentado país a país”.

A declaração foi feita durante a visita da comitiva de empresários e autoridades que participam do LIDE Brazil Development Forum à sede do BID, em Washington. O encontro é parte da segunda edição do fórum, que reúne lideranças para debater investimentos, infraestrutura, sustentabilidade e o papel do Brasil no cenário internacional.

Goldfajn destacou que o BID está capitalizando o BID Invest, braço privado da instituição. “Vamos dobrar o tamanho do BID Invest. Hoje, 44% do nosso financiamento já passa pelo setor privado. Até 2030, nossa meta é chegar à paridade”, afirmou.

Na avaliação do executivo, a América Latina reúne ativos estratégicos para o mundo, como alimentos, energia limpa, preservação da Amazônia e minerais críticos, mas carece de maior integração comercial.

“Temos um mercado de 660 milhões de pessoas e um PIB de US$ 6,6 trilhões, mas apenas 15% do comércio é dentro da região. A Ásia chega a 55% e a Europa a quase 70%”, disse.

Ele também ressaltou que a região precisa enfrentar o desafio da produtividade estagnada. “Não conheço um modelo em que um país tenha alcançado alta renda apenas com o governo empurrando. É preciso que o setor privado seja parte da solução”, declarou.

Reformas e PPPs

vfc_lide_washigtonDC_09092025_0034Anette Kilmer, chefe da representação do BID no Brasil. (Foto: Will Volcov e Vanessa Carvalho/LIDE)

O chefe de gabinete da presidência do BID, André Soares, reforçou que a instituição está se transformando para ampliar sua escala e tornar o setor privado protagonista. A meta é elevar os desembolsos anuais de US$ 25 bilhões para US$ 38 bilhões até 2030, com mais da metade destinada a empresas.

Já a chefe da representação do BID no Brasil, Anette Kilmer, destacou o avanço das parcerias público-privadas em áreas como saneamento, saúde, educação e transição energética.

“Estamos ampliando a nossa parceria em como o banco pode ajudar esse vínculo forte entre o setor privado e o setor público”, afirmou