Aplicativos lideram como principal meio de investimento no Brasil
Canais digitais têm ganhado espaço como fonte de informação financeira, especialmente entre o público mais jovem. Youtube mantem a preferência, com 39% das menções.
Canais digitais têm ganhado espaço como fonte de informação financeira, especialmente entre o público mais jovem. (Foto: Freepik)
Metade das pessoas investidoras utiliza aplicativos de bancos para fazer transações financeiras. É o que mostra a 8ª edição do Raio X do Investidor Brasileiro, pesquisa realizada pela ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) em parceria com o Datafolha. De acordo com a pesquisa, os aplicativos de bancos foram os principais meios usados por metade (49%) das pessoas que investem para a aplicação do dinheiro — um aumento de quatro pontos percentuais em relação a 2023. Entre o público mais jovem, o número é ainda maior: 68% da Geração Z (16 a 28 anos) e 61% dos millenials (29 a 43 anos) preferem investir por apps.
O levantamento também mostra que a digitalização atinge diferentes classes sociais de maneiras distintas. Enquanto 48% dos investidores da classe DE ainda preferem ir presencialmente ao banco para aplicar o dinheiro, nas classes AB e C o uso de aplicativos se mantém como primeira escolha para 56% e 49%, respectivamente.
Na busca por conhecimento sobre investimentos, os canais digitais também se destacam. O YouTube lidera como principal fonte de informação, com 39% das menções — crescimento de cinco pontos percentuais em relação ao ano anterior. Ferramentas como WhatsApp e e-mail começam a perder espaço, enquanto podcasts seguem em alta. Já os meios tradicionais (TV, revistas, jornais e rádio) continuam em queda na preferência dos investidores.
Canais digitais contribuem para diversificação
Outro destaque do estudo é a relação direta entre informação e diversificação. Investidores que aplicam em mais de um produto tendem a utilizar mais os canais digitais, especialmente entre os mais jovens. A Geração Z é a que mais busca conteúdos no YouTube (57%), Instagram (49%) e portais e sites (35%). Em contraste, os boomers (64 anos ou mais) ainda priorizam canais tradicionais, como televisão (36%) e jornais ou revistas (18%).
“O crescimento do uso de canais digitais, especialmente entre o público mais jovem, mostra como o acesso à informação tem se tornado fundamental na formação de investidores mais independentes e com condições de tomar decisões financeiras cada vez mais conscientes. Isso se reflete também nas carteiras dessas pessoas, já que pudemos verificar que quem mais se informa tende a diversificar os investimentos, um movimento bastante saudável para a gestão das finanças pessoais. A digitalização amplia o alcance da educação financeira e torna o mercado mais acessível”, afirma Marcelo Billi, superintendente de Sustentabilidade, Inovação e Educação da ANBIMA.