"Você não pode colocar um produto no mercado que não seja reciclável", defende Valéria Michel, da Tetra Pak
Executiva participou do LIDE TALKS ESG sobre criação de valor por meio de inovação e economia circular. Participaram, virtualmente, empresários e especialistas para debater o ESG.
Valéria Michel, diretora de Sustentabilidade da Tetra Pak do Brasil e Cone Sul. (Foto: Reprodução)
A diretora de Sustentabilidade da Tetra Pak do Brasil e Cone Sul, Valéria Michel, afirmou que os critérios ESG (Ambiental, Social e Governança) são uma demanda social e devem estar nas diretrizes de qualquer corporação. A executiva participou do LIDE TALKS ESG sobre criação de valor por meio de inovação e economia circular, nesta quarta-feira (16).
O encontro virtual ocorreu por meio das plataformas digitais LIDE e teve mediação do diretor de Sustentabilidade da Accenture na América Latina, Matthew Govier. Participaram do debate a diretora de Sustentabilidade da Ambipar, Onara Oliveira de Lima, e o vice-presidente de Relações Institucionais & Sustentabilidade da Raízen, Cláudio Oliveira.
"Você não pode colocar um produto no mercado que não seja reciclável: desde o material, até os processos para produzi-lo", alertou Valéria Michel.
A diretora da Tetra Pak disse que a inovação é complexa e deve seguir várias etapas, mas o contexto produtivo requer a conscientização da economia circular. "Uma nova caixinha, por exemplo, tem que ser melhor que a anterior, em todos os sentidos. A gente vem trabalhando fortemente na produção de embalagens cada vez mais sustentáveis, totalmente renovável".
LIDE TALKS ESG debateu inovação e economia circular. (Foto: Reprodução)
Para Onara Oliveira de Lima, da Ambipar, é indispensável engajar os elos da cadeia produtiva para que os valores ESG sejam, de fato, executados e não fiquem apenas no discurso. "O maior desafio está em pensar na economia circular desde o início do processo. A entrada deve ser sustentável. Hoje, já há maturidade na sustentabilidade da pós-indústria", disse.
"O modelo linear de produção não é sustentável. E nisso nós falamos em diversos riscos: suprimento, competitividade e até sobrevivência de negócio. Quando a gente consegue trazer o potencial circular, também conseguimos trazer um novo mindset", ponderou.
Cláudio Oliveira, da Raízen, destacou a importância do equilíbrio da matriz energética. "Enxergamos um enorme potencial no biogás, que é um dos nossos principais exemplos de iniciativas com o compromisso em sustentabilidade. Fizemos diversas alterações para alcançar a circularidade dos produtos presentes em nosso parque", afirmou.
Matthew Govier lembrou da importância da rastreabilidade dos produtos, para o reaproveitamento de materiais, e da inovação para trazer visibilidade e garantir o compromisso público. "Banalizamos um mundo com recursos naturais escassos, como se fosse algo normal. Não é. Faço uma reflexão de que precisamos de ações urgentes, como o reuso total de materiais".