Transição energética exigirá mais US$ 18 trilhões em investimentos para impulsionar energia verde até 2030, aponta BCG
Consultoria mostra que investimento adicional em energia e infraestrutura será necessário para que seja possível suprir metas de reduções em sete anos.
Participação de fontes de energias renováveis e outras soluções de baixo carbono devem aumentar de 12% para 50-70% até 2050. (Foto: Pixabay)
Um novo estudo do Boston Consulting Group (BCG) mostra que a indústria de energia precisará de mais US$ 18 trilhões de investimentos em infraestrutura industrial e fontes de energia renovável, como eólica e solar, para alcançar as metas de redução de carbono. Segundo a consultoria, a participação de fontes de energias renováveis e outras soluções de baixo carbono devem aumentar de 12% para 50-70% até 2050 para limitar o aquecimento global – algo cerca de três vezes mais rápido do que as transições energéticas anteriores, como do carvão para o petróleo e gás, por exemplo.
“Mais de 775 milhões de pessoas no mundo ainda não têm acesso à eletricidade e, ao mesmo tempo, as sociedades precisam de mais de 20 MWh de energia per capita para alcançar altos índices de prosperidade, que é calculado a partir da riqueza, crescimento econômico, bem-estar e qualidade de vida em um país. Para chegar nesses pontos, precisamos acelerar, o quanto antes, a substituição e a redução do uso dos combustíveis fósseis”, alerta André Pinto, diretor executivo e sócio sênior do BCG.
O BCG mostra que, dos US$ 37 trilhões necessários para viabilizar a transição energética, empresas e governos se comprometeram em investir US$ 19 trilhões nos próximos sete anos, mas muito deste valor deverá ser direcionado ao desenvolvimento geral do mercado, além de não ser garantido. “90% do investimento necessário é para uso final e geração de eletricidade renovável, como fontes eólicas e solares”, completa o executivo.
A consultoria aponta cinco alavancas tecnológicas que podem viabilizar a transição: o aumento a eficiência energética; eletrificação para consumidores finais, como veículos elétricos; a descarbonização do fornecimento de energia; o uso de combustíveis com baixo teor de carbono, em casos em que a redução de emissões é mais complexa; e a captura direta do ar. “A maioria das ferramentas necessárias já está disponível, agora precisamos de políticas, compartilhamento de casos de sucesso e capacidade para que a transformação ocorra de fato”, diz o executivo.
Mudanças no sistema global
Como resultado da transição, o sistema de energia global sofrerá uma mudança radical. A energia deixará de ser um recurso extraído para algo manufaturado, o que exige um investimento inicial mais alto, mas com custos operacionais menores. O BCG prevê um aumento significativo na volatilidade dos preços e o armazenamento de energia segue sendo um desafio para o setor.
“Os desafios da transição energética não devem ser subestimados, bem como as oportunidades que ela representa: no longo prazo, um sistema de energia com baixo impacto ambiental pode ser a resposta para problemas de hoje como sustentabilidade, acessibilidade e segurança energética”, finaliza André.
O estudo completo está disponível, em inglês, no site do BCG.