Setor privado precisa acelerar ainda mais a ação sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável conforme nos aproximamos de 2030
Um novo relatório do Pacto Global das Nações Unidas e da Accenture conclui que é necessária uma ação empresarial colaborativa e confiável apoiada pelos governantes, em linha com os ODS, que podem ter o maior impacto para alcançar a Agenda 2030.
Um novo relatório do Pacto Global das Nações Unidas e da Accenture conclui que é necessária uma ação empresarial colaborativa e confiável apoiada pelos governantes, em linha com os ODS, que podem ter o maior impacto para alcançar a Agenda 2030 (Foto: Unsplash)
A grande maioria (94%) dos líderes empresariais ainda vê os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) como uma visão global unificada, mas alcançá-los exige que o setor privado se concentre nas áreas em que podem ter maior impacto, de acordo com uma nova pesquisa do Pacto Global da ONU e da Accenture (NYSE: ACN).
Lançado na metade do caminho de 2030, o relatório United Nations Global Compact-Accenture Global Private Sector Stocktake entrevistou mais de 2.800 líderes empresariais de todo o mundo e mostra que o setor privado é uma parte interessada crítica na conquista dos ODS. Atualmente, apenas 15% das metas dos ODS estão encaminhadas, o progresso em 48% é fraco e insuficiente, enquanto o progresso estagnou ou retrocedeu em 37%.
O relatório apresenta dez caminhos para as empresas agirem em relação os 17 ODS e terem um impacto relevante. São exemplos aplicáveis a cada um dos ODS e oferecem um modelo para ajudar o setor privado a construir um mercado mais sustentável.
“O investimento e a inovação do setor privado são essenciais para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, disse Sanda Ojiambo, CEO e Diretora Executiva do Pacto Global da ONU. “Embora não seja uma abordagem única, as empresas devem concentrar as suas ações as quais possam ter um impacto descomunal nas pessoas, no planeta e nos seus negócios. Isto permitirá comunicar o desempenho de forma eficaz, definir metas e ações, envolver-se com as partes interessadas, incluindo investidores, e obter acesso a novas oportunidades de mercado.”
44% dos líderes empresariais participantes esperam que o governo estabeleça incentivos políticos para os ajudar a integrar os ODS na estratégia e nas operações empresariais, a fim de garantir condições de concorrência equitativas. Gostariam também de orientações claras sobre onde concentrar os seus esforços e critérios de medição, e métodos de cálculo claros, para que possam não só reportar adequadamente o progresso, mas também tomar decisões baseadas nesses dados.
Para ajudar o setor privado a alcançar estes caminhos, eles esperam que os formuladores de políticas públicas:
• Ampliem novos modelos de incentivo para redefinir o sucesso em termos de risco, retorno e impacto:
o A principal exigência dos líderes empresariais são relatórios de sustentabilidade e mandatos de divulgação consistentes (76%). Isso ajuda a garantir que todos os negócios sigam o mesmo padrão, tanto nacional quanto globalmente.
• Expandam os benefícios de mercado para alcançar negócios responsáveis:
o A segunda questão é ajustar o salário mínimo nacional para níveis iguais de salários dignos (71%) – uma mudança na estrutura de custos das empresas, mas de valor, e que vale a pena prosseguir se for suportada de forma justa. Além disso, a maioria apoia políticas que ajudariam a promover a igualdade de gênero, nomeadamente, a divulgação e ação obrigatórias sobre as disparidades salariais entre homens e mulheres (65%) e a licença parental partilhada remunerada pela empresa obrigatória (58%).
• Transformem as bases dos negócios para alcançar a sustentabilidade ambiental:
o Por último, as empresas apoiam uma série de políticas mais fortes para reforçar a proteção ambiental, garantindo principalmente que os incentivos estejam alinhados para uma transição para energias limpas. As políticas secundárias visam garantir divulgações obrigatórias para que todas as empresas sejam avaliadas de forma igual, incentivando ações iguais em todos os setores.
Além do apoio político insuficiente, os líderes apontaram limitações estruturais particulares, como métricas de sustentabilidade inconsistentes e ausência de competências em dados, como razões principais para impedir uma maior ação no sentido de novos progressos nos ODS:
• 84% dos líderes empresariais afirmam que recursos de medição pouco claros para calcular o impacto nos ODS impedem a capacidade da sua empresa de progredir.
• 82% dos líderes empresariais afirmam que o acesso limitado e/ou a má qualidade dos dados limita a sua capacidade de medir a contribuição para os ODS.
• 77% dos líderes empresariais expressaram preocupação com a escassez ou inadequação de competências na força de trabalho para concretizar o impacto relacionado com os ODS em todos os setores.
“As empresas de todo o mundo compreendem cada vez mais o seu potencial para tomar medidas significativas no desenvolvimento sustentável”, afirmou Felipe Bottini, Diretor Executivo de Sustentabilidade da Accenture na América Latina. “Os avanços na tecnologia e na análise de dados nos últimos cinco anos significam que podemos agora utilizar vários grandes conjuntos de dados para medir os impactos do setor privado nos ODS com muito mais precisão e consistência do que nunca. Isto, por sua vez, permite aos líderes gerir esses impactos mais cedo e com melhores resultados, trazendo uma clareza que ajudará a cumprir o papel crítico do setor privado na consecução dos ODS.”
O relatório é o mais recente de uma parceria de longa data entre o Pacto Global da ONU e a Accenture, que utiliza uma pesquisa com mais de 2.800 líderes empresariais em todo o mundo, juntamente com uma análise proprietária de dados financeiros e não financeiros para gerar insights sobre os impactos dos ODS no setor privado. A variedade de dados utilizados para obter percepções e sentimentos do setor privado faz deste relatório uma das análises mais atuais, abrangentes e baseadas em evidências da contribuição do setor privado para os ODS.