Setor de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações amplia visibilidade de práticas ESG
KPMG analisou relatórios e websites financeiros, de sustentabilidade e de ESG das 100 maiores empresas de 58 países
Márcio Kanamaru, sócio-líder de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações da KPMG no Brasil e na América do Sul.. (Foto: Divulgação)
Empresas do setor de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações (TMT) apresentaram um crescimento notável na elaboração de relatórios sobre metas de redução de carbono nos últimos anos, avançando de 61% em 2017 para 81% em 2022, e ocupando agora a terceira posição entre vários setores. Além disso, o setor de TMT há muito tempo é socialmente consciente sobre a gestão ambiental e está alavancando recursos e visibilidade para inovar e influenciar nessa área.
Outro dado é que a adoção de recomendações da Força-Tarefa de Divulgações Financeiras Relacionadas ao Clima (TCFD) por empresas de TMT saltou de 20% em 2020 para 45% em 2022, ultrapassando outros setores importantes. Essas são algumas das conclusões da 12ª edição do estudo “KPMG Survey of Sustainability Reporting 2022”, que analisou relatórios e websites financeiros, de sustentabilidade e de ESG das 100 maiores empresas de 58 países, territórios e jurisdições, totalizando 5.800 empresas. As organizações de TMT representam 10% da amostra total, ou seja, 580 empresas.
“O estudo evidencia o progresso das empresas do setor e as principais estratégias que podem implementar na elaboração de relatórios de sustentabilidade. Entre elas, merece destaque avaliar o impacto das mudanças climáticas nas divulgações das demonstrações financeiras e alinhar o relatório de sustentabilidade e de ESG com os principais formatos de relatórios obrigatórios e facultativos. Além disso, as estratégias envolvem conhecer expectativas dos stakeholders e criar relatórios de ESG com base em avaliações de materialidade e benchmarking”, afirma Márcio Kanamaru, sócio-líder de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações da KPMG no Brasil e na América do Sul.
Ainda destacamos que TMT lidera o ranking entre os demais setores nos relatórios de asseguração, progredindo nas últimas três edições do estudo, com uma taxa de asseguração de 64%, muito acima da média da amostra completa. Quase metade (49%) da amostra global total obteve asseguração independente de terceiros em 2020, mas, em 2022, essa taxa caiu para 47%. A asseguração externa independente de relatórios de sustentabilidade aumenta a credibilidade das informações e estimula a confiança com os stakeholders. A iniciativa, que geralmente tem início com uma asseguração limitada, após amadurecimento dos mercados e requisitos regulatórios, evolui para uma asseguração mais adequada.
“Estamos entrando em um período onde transparência e qualidade de informação sobre os aspectos ambientais, sociais e éticos dos negócios tem cada vez mais valor para todos os públicos que se relacionam com as empresas. Isso não é diferente neste setor. Os relatórios de sustentabilidade (ou de ESG), alinhados com normas internacionais, são um excelente instrumento para demonstrar este compromisso. No final, a forma de entendimento e gestão dos aspectos ESG servem para avaliar também a qualidade da liderança da empresa”, afirma Nelmara Arbex, sócia-líder de ESG Advisory da KPMG no Brasil.
A publicação também ressalta que as empresas de TMT precisam melhorar os relatórios em relação à biodiversidade e outros recursos naturais. Por exemplo, considerando todos os setores, 40% em média da amostra total divulga informações sobre a perda de biodiversidade ou de recursos naturais como um risco ao negócio. Em TMT somente 30% dessas empresas mencionam riscos relacionados à perda de biodiversidade, número significativamente abaixo da média, evidenciando também possíveis oportunidades para as empresas do setor.
Há uma relativamente nova norma internacional para isso -- a da Força-Tarefa de Divulgações Financeiras relacionadas à Natureza (TNFD). Preparar relatórios utilizando ela é muito relevante em tempo de extrema perda de biodiversidade e uma nova tendência.