Rodrigo Brito: A circularidade no ESG da Coca-Cola

Em artigo publicado na Revista Indústria, o gerente de Sustentabilidade Cone Sul na Coca-Cola América Latina, Rodrigo Brito, escreve sobre a circularidade nos processos de produção da empresa.

Um país que não valoriza os inovadores fica refém de uma economia com  negócios de baixo valor agregado"
Rodrigo Brito, gerente de Sustentabilidade Cone Sul na Coca-Cola América Latina. (Foto: Divulgação)

Gosto muito da frase "a simplicidade é o mais alto grau de sofisticação". Conseguir traduzir processos e conceitos complexos em equações ou narrativas simples é a chave para sua compreensão e adoção.

Quando tratamos de pilares, estratégias e práticas de ESG (Environmental, Social & Governance), acredito que o conceito de circularidade seja um dos que mais bem representam e contribuem para o avanço desses temas, pois trata do que acontece dentro e fora dos muros da empresa, conectando suas decisões e ações com os impactos (positivos ou negativos) gerados na sociedade.

O conceito de circularidade já é muito aplicado em práticas de redução e compensação de emissões de carbono, mas também pode ser aplicado em temas como água e embalagens.

Na Coca-Cola, temos, há um bom tempo, o conceito da circularidade presente e aplicado em nossas frentes de ESG. Em 2007, a companhia foi pioneira em estabelecer um compromisso público e global de devolver para os ecossistemas 100% da água que utilizamos em nossas fábricas até o ano de 2020.

É um compromisso com meta e prazo, que mobilizou diversas áreas, investimentos e toda a cadeia de valor da companhia. Desde 2015, a Coca-Cola atinge anualmente essa meta em cada país onde está presente, por meio de eficiência hídrica e de inúmeros projetos de acesso à água, de conservação e de reflorestamento, que, no Brasil, protegem 103 mil hectares e beneficiam 150 mil pessoas.

Em embalagens, o compromisso global “Mundo sem Resíduos” foi anunciado em 2018 com a meta de coletar e reciclar 100% das embalagens comercializadas até 2030. Orientados por esse compromisso, lançamos uma série de iniciativas circulares, como a “garrafa universal” e a Crystal 100% reciclada. Além disso, ampliamos linhas de retornáveis, que hoje representam 27% de todas as vendas na América Latina. Como cada garrafa retornável é utilizada entre 15 e 25 vezes em seu ciclo de vida, só no Brasil evitamos colocar 1,6 bilhão de novas garrafas por ano no mercado.

Também temos uma série de iniciativas de coleta e reciclagem para embalagens descartáveis. Por meio de programas como “Reciclar pelo Brasil”, “SustentaPet” e “Recicla Solar”, apoiamos mais de 200 organizações de catadores em 135 cidades e, nos últimos dois anos, contribuímos com a coleta de 129 mil toneladas de resíduos. 

Por maiores que sejam os desafios, vemos as iniciativas de ESG como grandes oportunidades, em que o conceito de circularidade tem contribuído para avançarmos ao conectar o que acontece dentro e fora de nossas fábricas, visando reduzir impactos negativos e ampliar impactos positivos ao longo de toda a nossa cadeia de valor.

*Rodrigo Brito é gerente de Sustentabilidade Cone Sul na Coca-Cola América Latina.

O artigo foi publicado na Revista Indústria Brasileira.

 

Fonte: Agência CNI de Notícias