Paulo Correa, da C&A: 'A dimensão da sustentabilidade não é tão óbvia e tem muitos desafios desde o início ao fim da jornada'
O CEO da C&A, junto com Daiana Campos, gerente de novos negócios da Acciona, participaram do Seminário Mulheres Líderes para debater sobre economia circular.
Seminário Mulheres Líderes debateu desafios da economia circular. (Foto: Fredy Uehara/LIDE)
Os obstáculos encontrados para alinhar sustentabilidade e competitividade equilibradas no mercado brasileiro foi debatido por Paulo Correa, CEO da C&A, e Daiana Campos, gerente de novos negócios da Acciona, no primeiro Seminário Mulheres Líderes deste ano, que ocorreu na manhã desta terça-feira (23), na Casa LIDE, em São Paulo. O evento reuniu lideranças com o objetivo de promover insights sobre economia circular.
Referência quando o tema é transparência, responsabilidade social e ambiental no setor de moda no país, a C&A defende o propósito em sua essência de negócio, sendo considerada uma das marcas mais transparentes neste segmento, de acordo com o ranking elaborado pelo movimento Fashion Revolution.
Paulo Correa, CEO da C&A. (Foto: Fredy Uehara/LIDE)
“A dimensão da sustentabilidade não é tão óbvia e tem muitos desafios desde o início ao fim da jornada, mas quanto mais o consumidor se mobilizar, mais rápida a evolução vai acontecer”, ponderou Correa.
O executivo da fast fashion disse sobre o desafio encontrado no momento de suprir a necessidade ambiental com a expectativa do cliente. “Por mais que o consumidor brasileiro seja simpatizante desta causa, ele não quer pagar mais por isso. Entra então o dilema tradicional que é que: com escalas você chega a determinados custos. E como sair desse problema?”, questionou.
A solução encontrada pela C&A foi manter o ticket, ter uma margem de lucro menor em primeiro momento, mas depois recuperar com escala. O posicionamento segue a premissa da marca que, desde o início, tem como finalidade oferecer moda acessível. “Quem tem que tomar o primeiro passo é quem tem mais responsabilidade e capital para fazer: isso significa a empresa”, afirmou Paulo Correa.
Olhar sustentável
Neste contexto, Daiana Campos, gerente de novos negócios da Acciona, disse o quanto ainda é difícil incluir a economia circular e manter a competitividade no setor de construção civil - uma vez que ações mais responsáveis tendem a ter um custo maior. Apesar deste ponto, ela afirma que a Acciona tem como premissa de crescimento respeitar os valores da sustentabilidade.
Nadir Moreno (UPS e LIDE Mulher), Paulo Correa (CEO C&A), Celia Pompeia (Grupo Doria) e Daiana Campos (Acciona). (Foto: Fredy Uehara/LIDE)
“Já somos uma empresa neutra em carbono e optamos por não trabalhar em projetos ligados a óleo e gás. Buscamos sempre por negócios ligados a energia renovável”, contou.
“Temos um centro tecnológico, em Madri, que pensa em ações inovadoras. Apesar de custar mais caro, é uma decisão da empresa, e já avançamos positivamente. Acredito que estamos na vanguarda da construção civil”, disse.