O caminho para o NET-Zero: como as empresas estão atuando na transição climática

Objetivo é acelerar o processo de transição climática de longo para o curto prazo

markus-spiske-iZYJzBWXfYA-unsplash

Objetivo é acelerar o processo de transição climática de longo para o curto prazo (Foto: Divulgação)

O mundo não está no caminho certo para atingir as metas do Acordo de Paris e o aquecimento pode ultrapassar 1,5 grau Celsius já em 2040[1]. Os riscos associados à mudança climática estão crescendo na mesma proporção. Lars Henneberg, vice-presidente e diretor de gerenciamento de riscos da A.P. Moller-Maersk, disse: "O custo médio de danos físicos e interrupção de negócios devido a riscos de mudanças climáticas deve aumentar em 130% até 2050, em comparação com uma linha de base de 2020."

"Acelerando a Transição Climática: Pensamento de longo prazo para ação de curto prazo", nova pesquisa do Zurich Insurance Group (Zurich) e da agência global de insights Horizon Group, explora áreas em que a transição climática pode ser acelerada. Ela se baseia na Pesquisa de Executivos de Sustentabilidade com 668 executivos que têm responsabilidades relacionadas à sustentabilidade em suas empresas.

A pesquisa mostra que empresas de todos os setores e de todo o mundo estão comprometidas com o NET-Zero e já estão avançando com a entrega de planos de transição no curto prazo. No entanto, elas estão enfrentando desafios nessa jornada. A barreira mais importante para o desenvolvimento de um plano de emissões líquidas zero - apontada por 50% das empresas em geral - são os custos e a escala das despesas de capital. Esse é seguido de perto por três obstáculos relacionados: falta de soluções tecnológicas viáveis, desafios regulatórios e dificuldades para medir e monitorar o impacto.

Matt Holmes, Diretor do Grupo de Assuntos Políticos e Governamentais da Zurich, explicou: "Os formuladores de políticas podem apoiar a transição climática das empresas fazendo intervenções sistêmicas em toda a economia, como mecanismos de precificação de carbono, que podem aproveitar o poder dos mercados de capitais e incentivar a inovação e a descarbonização em escala. A discussão até agora sugere três prioridades de ação para os governos: criar segurança política, facilitar o investimento em mitigação e adaptação e turbinar a inovação".

Outras descobertas incluem:
- Alcançar o patamar de net-zero até 2050 exigirá um processo sem precedentes realocação de capital – cerca de US$ 275 trilhões de investimento em ativos físicos.

- 77% das empresas relatam ter um plano net-zero em andamento. O setor de transportes está atrás dos demais com apenas 37% das empresas com um plano.

- 85% das empresas pretendem implementar medidas de adaptação climática nos próximos cinco anos. A manufatura pesada está se movendo no ritmo mais rápido em termos de adaptação; a agricultura, no mais lento.

- Os conselhos de administração, os investidores e os órgãos reguladores são vistos como os principais defensores da adoção de medidas de neutralização.

O cenário no Brasil aponta:

- 74% das empresas relatam ter um plano net-zero pronto e, 23% que ele está em desenvolvimento.
- 65% das empresas possuem metas net-zero já estabelecidas.

- Os principais defensores da adoção de medidas de neutralização são Investidores (29%); conselhos de administração (26%) e órgãos reguladores (16%)

- Empresas acreditam que o setor de seguros pode apoiar na transição por meio de Risk management (74%); Risk assessment (71%) e Formação de parcerias (61%). Na jornada de zerar emissões de carbono na operação, por exemplo, a Zurich no Brasil fechou uma parceria com a Localiza&Co e a Tempo para que os clientes de seguro auto as emissões de CO2 compensadas na utilização dos serviços de carro reserva e assistências 24 horas. Com iniciativa exclusiva, espera-se compensar 6,5 toneladas de CO2 por ano.