'O Brasil está pronto para sediar o Tribunal Internacional do Meio Ambiente', afirma ministra Nancy Andrighi
Durante o 2º Brasília Summit, ministra do STJ propõe criação da corte climática global na Amazônia e convoca setor produtivo a liderar essa transformação.
Ministra do STJ propõe criação da corte climática global na Amazônia e convoca setor produtivo a liderar essa transformação. (Foto: Evandro Macedo/ LIDE)
A ministra Nancy Andrighi, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), fez um anúncio histórico durante o 2º Brasília Summit, promovido pelo LIDE: o Brasil irá apresentar, na COP30, a proposta para sediar o futuro Tribunal Climático Internacional na Amazônia. A iniciativa, segundo ela, coloca o país como protagonista na governança ambiental global.
“Ser sede do Tribunal Climático Internacional é investir em um futuro que o Brasil já é protagonista”, declarou.
Em sua fala, a ministra ressaltou que a criação de um tribunal voltado exclusivamente para litígios ambientais é uma necessidade inadiável. “Não é apenas uma questão de prestígio, é uma decisão estratégica que pode gerar valor para todo o setor produtivo e moldar um novo ciclo de desenvolvimento”, afirmou. Andrighi também alertou que nações como França e Áustria já manifestaram interesse em abrigar a corte, reforçando a urgência de uma candidatura brasileira.
Nancy Andrighi apresentou cinco razões centrais para que o Brasil assuma esse papel: o simbolismo de sediar a corte em um país em desenvolvimento, a robustez do arcabouço jurídico ambiental brasileiro, a liderança em biodiversidade e número de litígios climáticos, além do potencial de geração de empregos, inovação e novos negócios. “O Brasil pode mitigar a tensão histórica entre o direito ao desenvolvimento e a proteção ambiental”, defendeu.
A ministra também enfatizou o papel estratégico do setor empresarial na viabilização do projeto. “A força do setor produtivo é diferente da força do governo. Ela é articuladora, visionária. É de vocês que precisamos para tornar esse sonho realidade”, declarou, em um apelo direto aos empresários presentes no evento.
Encerrando sua participação com emoção e esperança, Nancy Andrighi deixou uma mensagem de unidade: “Esta é a hora de mostrarmos, com responsabilidade e visão de futuro, que o Brasil está pronto. Ao reivindicar essa sede, não buscamos um selo de prestígio, mas a chance de construir uma nova era, que concilie desenvolvimento econômico com respeito ao meio ambiente”.