Janaina Martinez, da Acciona: 'Empresa diversa é aquela que consegue reunir vários talentos, buscando a equidade'
A executiva da Acciona Brasil debateu o papel da liderança com foco em diversidade com a diretora de Pessoas e Cultura da Compass e da Cosan, Elisangela Martins, e com o presidente do LIDE Equidade Racial, Ivan Lima.
Diretora jurídica da Acciona Brasil, Janaina Martinez. (Foto: Evandro Macedo/LIDE)
A equidade é maneira de reunir talentos e agregar valor à companhia. A conclusão é da diretora jurídica da Acciona Brasil, Janaina Martinez, que participou do Seminário Mulheres Líderes, nesta quarta-feira (30), em São Paulo. A executiva debateu o papel da liderança com foco em diversidade com a diretora de Pessoas e Cultura da Compass e da Cosan, Elisangela Martins, e com o presidente do LIDE Equidade Racial, Ivan Lima.
"Empresa diversa é aquela que consegue reunir vários talentos, buscando uma equidade de todos os gêneros. Só se gera um um ambiente justo de trabalho com políticas transparentes e sistema igualitário. Os resultados estão aí, a lucratividade é real. Empresa diversa está mais próxima do consumidor final. E é importante que a liderança seja diversa, isto faz com que as pessoas se sintam pertencentes, aumenta a retenção de talentos, troca de ideias e inovação.", defendeu Janaina Martinez.
A executiva contou que ao longo de mais de uma década de trajetória na companhia ocorreram diversas transformações. "No inicio, além de não ter muita informação, não havia muita presença feminina. A gente tinha que caminhar sozinha. Sentimos falta de referencial. Com essa agenda de comprometimento, a Acciona começou a se perguntar em como melhorar essa representatividade", disse, ao defender grupos de afinidade.
Para Elisangela Martins, que lidera o núcleo de Pessoas e Cultura da Compass e da Cosan, o papel da mulher no mercado de trabalho é fundamental para o desenvolvimento de qualquer mercado. "Se você em algum momento desistiu da sua carreira porque achou que não dava, aqui tem. Tem mulher, sim, para trabalhar. Recebemos uma enxurrada de currículos. Este é só um exemplo de que tem muita mulher e mãe querendo trabalhar".
"Diversidade não é um projeto que se cria e desenvolve em um ano. É uma jornada. É preciso mapear o momento em que a empresa está, o cenário interno e só então se faz a estruturação, letramento e os planos para a virada. Na área de operações, por exemplo, tinha um viés absolutamente masculino. Trabalhamos com a questão de intencionalidade. Hoje temos mulheres na área. Na Compass, por exemplo, a questão da equidade racial evoluiu, de 2012 a 2022, de 11% para 21%, sendo 9% na liderança", explicou Elisangela.
Elisangela Martins, lidera o núcleo de Pessoas e Cultura da Compass e da Cosan. (Foto: Evandro Macedo/LIDE)
O engenheiro e gestor público Ivan Lima, que acaba de assumir a presidência do LIDE Equidade Racial, defendeu a pluralidade como maneira de estimular o desenvolvimento socioeconômico no Brasil e no mundo. "Não somos descentes de escravos, como dizem os livros. Nós somos descendentes de reinados de poderosos. Somos descendentes de povos que desenvolveram as técnicas agrícolas e de metalurgia fundamentais", lembrou.
"A cada 23 minutos morre um jovem negro no país. Estamos enterrando talentos. Estamos na cidade de São Paulo, maior contingente fora da África, estado com 20 milhões de pretos e pardos. Tratamento igualitário conserva desigualdades. Equidade gera igualdade real, com justiça social, inclusão", lembrou, Lima.
O Seminário Mulheres Líderes ocorreu no auditório da WeWork, na Avenida Paulista, em São Paulo. Além da presença de empresárias e executivas, o evento teve a mediação da presidente do LIDE Mulher, Nadir Moreno, e da conselheira do LIDE, Celia Pompeia, também presidente do Grupo Doria. Geovana Quadros e Bia Cruz, diretora-geral de Publicidade do Grupo Doria, que integram o comitê do LIDE Mulher, também participaram.
Seminário Mulheres Líderes ocorreu no auditório da WeWork, na Avenida Paulista, em São Paulo. (Foto: Evandro Macedo/LIDE)
Ivan Lima, presidente do LIDE Equidade Racial, e Nadir Moreno, presidente do LIDE Mulher. (Foto: Evandro Macedo/LIDE)