Investir no Amazonas amplia protagonismo na agenda sustentável
O mercado voluntário de créditos de carbono e a concessão de florestas públicas estão entre os atrativos para investidores nacionais e estrangeiros do estado.
Governador do Amazonas, Wilson Lima. (Foto: Divulgação)
A busca por novas linhas de crédito e modalidades de financiamento são a chave para ampliar os projetos de desenvolvimento sustentável na Amazônia. Iniciativas anunciadas em 2023 apontam para um investimento potencial de mais de R$ 42 bilhões em bioeconomia, tecnologia e combate ao desmatamento, entre outras áreas, com recursos do BNDES, Fundo Amazônia e Banco dos Brics.
O Amazonas – que tem 97% de sua cobertura natural preservada – firmou parceria com o banco alemão KfW para aplicar R$ 70 milhões em iniciativas de desenvolvimento sustentável em larga escala. Além disso, o estado tem outros atrativos para investidores nacionais e estrangeiros, que buscam consolidar seu protagonismo na economia verde.
Entre eles estão o mercado voluntário de créditos de carbono e a concessão de florestas públicas. São oito áreas de mata nativa disponíveis e mais de 800 milhões de toneladas de carbono equivalente (tCO2e), provenientes de unidades de conservação estaduais, com potencial de captação de até R$ 2,4 bilhões.
O governador Wilson Lima reforça a necessidade de se olhar para a Amazônia além do ponto de vista da fauna e flora, mas enxergando todo o potencial existente para impulsionar a economia da região, sem deixar de lado a sustentabilidade e preservação do meio ambiente.
“Precisamos seguir discutindo e apresentando ideias para novas matrizes econômicas, que alinhem a preservação ambiental, com o fortalecimento da economia da região. Temos um imenso potencial, que pode beneficiar quem vive aqui, mas também todo o país e, por isso, o debate em torno desse assunto precisa ser contínuo”.
Ampliação de matrizes já existentes
Principal mecanismo de proteção à floresta no Amazonas, a Zona Franca de Manaus foi preservada na Reforma Tributária, que manteve os incentivos fiscais para empresas instaladas no Polo Industrial da capital. São eles os responsáveis pelos 500 mil empregos diretos e indiretos e pelo faturamento de R$ 174 bilhões registrado pela ZFM em 2022.
Outras oportunidades são o turismo de base comunitária, projetos de pagamento por serviços ambientais (como o Guardiões da Floresta, maior iniciativa global do tipo, que remunera 14 mil famílias) e o manejo sustentável de cadeias produtivas, como as de pirarucu, açaí, cacau, castanha e óleos vegetais (que geram mais de 50 mil empregos diretos e indiretos).
Esse conjunto de ações do Governo do Amazonas – algumas delas desenvolvidas em parceria com a sociedade civil – indica caminhos para investimentos sustentáveis baseados na bioeconomia, principal estratégia para manter a floresta em pé, sem deixar de oferecer alternativas de emprego e renda para quem vive nela.