Importância do ESG para os negócios ganha força nas discussões das empresas de Pernambuco, aponta KPMG
O assunto ganhou relevância no país há poucos anos em função do aumento da exigência de reguladores, investidores e consumidores para que as empresas assumam uma postura voltada para essas questões.
Importância do ESG para os negócios ganha força nas discussões. (Foto: Agência Brasil)
Um assunto que vem sendo amplamente debatido por investidores estrangeiros há alguns anos e ganhou força no Brasil com o início da pandemia, a importância da gestão ESG (sigla em inglês para meio ambiente, social e governança) nos negócios ainda é um tema recente em discussão pelos líderes das empresas de Pernambuco. O assunto ganhou relevância no país há poucos anos em função do aumento da exigência de reguladores, investidores e consumidores para que as empresas assumam uma postura voltada para essas questões.
"Esses três aspectos da gestão e da estratégia se tornaram prioritários para os investidores no mundo todo. Aqui no Nordeste, a discussão ainda está muito incipiente, mas vem ganhando cada vez mais importância, o que vai gerar uma vantagem competitiva para as organizações. Os temas eram discutidos de forma isolada, mas agora há necessidade de um debate mais estruturado, olhando para todo o negócio", analisa o sócio-diretor do escritório da KPMG nas regiões Norte e Nordeste.
Segundo ele, as empresas de capital aberto da região estão em um nível mais maduro de discussão e fizeram algumas ações relacionadas à prática, mas a grande maioria ainda não.
"Os investidores, consumidores e funcionários têm cobrado uma atitude das empresas em relação aos aspectos ambientais, sociais e de governança. Em qualquer lugar no mundo, e claro, aqui também. Cada vez mais temos um cliente ainda mais exigente em relação à postura da empresa que vai além do produto ou serviço que ela presta, mas que diz respeito a esses fatores. Essa demanda foi potencializada pela pandemia e outras crises e é uma tendência que veio para ficar. Espera-se, portanto, que as organizações sustentem uma cultura de maior empatia e responsabilização com esses aspectos considerados críticos mundialmente", finaliza.
E que é ESG?
Uma gestão ambiental efetiva ("E") busca a redução do impacto ambiental negativo das atividades operacionais, de modo que o uso dos recursos naturais respeite a capacidade da natureza de se regenerar. Trata-se, por exemplo, do consumo adequado de energia, uso de recursos naturais, da emissão de gases de efeito estufa, do tratamento dado aos animais, do manejo de resíduos, da contaminação, entre outros. Já os aspectos sociais ("S") consideram a qualidade das relações das empresas com a sociedade, fornecedores, colaboradores, parceiros, clientes e comunidades e buscam garantir que o modelo de negócio e produtos gerem valor e impacto para toda a sociedade. São temas relacionados, por exemplo, à geração de empregos, renda, arrecadação de impostos, saúde, segurança e bem-estar de funcionários, condições de trabalho adequadas, direitos humanos, entre outros aspectos. Por fim, a implementação de boas práticas de governança corporativa ("G") auxilia as corporações a utilizarem o capital -considerando princípios éticos - de maneira eficaz, levando em conta os interesses de todas as partes relacionadas e endereçando aos conselhos e aos executivos a responsabilidade de adotarem práticas ESG efetivas perante a empresa e a sociedade.