Grupo Opersan acredita que ESG estimulará o setor de tratamentos de efluentes em 2022
Uma das pioneiras em reuso, dessalinização e tratamento de águas e efluentes no País, o Grupo Opersan deverá fechar este ano com faturamento acima de R$ 120 milhões, com projetos impulsionados pela crise hídrica e pela agenda ambiental que ganha força entre as indústrias.
Diogo Taranto, diretor de Desenvolvimento de Negócios no Grupo Opersan. (Foto: Divulgação)
O Brasil está atrasado, mas existem importantes fatores que conspiram a favor de investimentos em tratamento de águas e efluentes no País. A análise é do Grupo Opersan, que há mais de 30 anos atua fornecendo soluções ambientais para o tratamento de águas e efluentes, com mais de 800 clientes ativos em todas as regiões do país.
Com a pressão pela adoção de pautas ligadas a ESG - sigla em inglês para Ambiental, Social e Governança – pela necessidade de investimentos capazes de mitigar os desafios causados pela crise hídrica, e com o apoio da cadeia industrial impulsionada pelo Marco do Saneamento, o ano de 2022 tende a trazer bons ventos para o setor. A previsão do Grupo Opersan é de atingir 10% de crescimento real, em relação a 2021.
A empresa pretende investir no mercado privado de saneamento cerca de R$ 20 milhões, entre construção, revamps e fornecimento de sistemas de tratamento de águas, efluentes e reuso. “Existem projetos em nosso pipeline que podem dobrar essa quantia”, revela Diogo Taranto, diretor de Desenvolvimento de Negócios no Grupo Opersan.
Segundo o executivo, o cenário global de emergência climática exposto na Cop26, em Glasgow (Escócia), e as dificuldades consequentes da crise hídrica, têm feito com que os empresários brasileiros encarem a gestão da água com mais seriedade.
“Muitas indústrias ainda descartam efluentes de forma irregular. Contudo, a realidade imposta pela legislação e pressão social têm gerado repercussão positiva. Já vivemos um clima favorável para que o empresariado brasileiro abrace a gestão do tratamento de água e dos efluentes com a responsabilidade que a lei e boas práticas exigem”, comenta Taranto.
Em sua visão, a lei 14.026 que atualiza o Marco Legal do Saneamento Básico, apesar de referir-se especificamente ao avanço de serviços de tratamento de água e efluentes no setor público, trará inúmeros benefícios para o setor privado, com reflexos positivos para economia, meio ambiente e sociedade. “O público irá se ajustar e o privado não poderá permanecer à margem”, lembra.
Ganhos institucionais e financeiros
Investir em gestão de água e efluentes traz benefícios institucionais para a imagem da empresa, que ganha credibilidade e confiança de seus clientes e investidores, além de vantagens financeiras com a economia nas despesas relacionadas aos recursos hídricos a partir da utilização da água oriunda de outras fontes que não sejam das concessionárias. A economia, em determinados casos, pode superar até 50% do consumo total, ou 80% do dispêndio específico industrial.
Condomínios e centros comerciais também se beneficiam ao adotar o reaproveitamento na gestão de suas operações. Para se ter uma ideia, um projeto de reutilização em um shopping center chega a substituir 100% da água utilizada em um sistema de refrigeração (maior ponto de consumo), e que em períodos de elevada temperatura chegam a representar entre 60% e 70% da conta de água do empreendimento. O sistema de reutilização hídtica também diminui os transtornos causados por eventuais racionamentos, além de garantir uma água de excelente qualidade.