Gilberto Tomazoni, da JBS: 'Investir em sustentabilidade deve ser também investir em inovação'

Novo encontro da Plataforma LIDE ESG reuniu líderes empresariais em São Paulo para debater as oportunidades relacionadas à inovação verde a partir de produtos sustentáveis.

WhatsApp Image 2022-08-16 at 10.40.24Leon Tondowski, Gilberto Tomazoni, Gesner Oliveira. (Foto: Trinca Produções/LIDE)

O CEO Global da JBS, Gilberto Tomazoni, defendeu que as ações atreladas aos pilares ESG devem estar diretamente relacionadas aos investimentos em inovação. A fala ocorreu durante novo encontro da Plataforma LIDE ESG, ocorrido nesta terça-feira (16), em São Paulo, para debater inovação verde.

"Temos de focar na redução de custo de toda a cadeia. Não podemos, é claro, aumentar o valor do produto. O investimento tem de ser em cima, justamente, de tecnologia. Investir em sustentabilidade deve ser investir em inovação, pesquisa e desenvolvimento", disse.

Tomazoni explicou que tem grande preocupação com consumidor final, que não deve ser penalizado com altos valores para ter acesso a esse portfólio. "Antes eu pensava que os produtos que não fossem sustentáveis custariam menos. Não pode. Tem de reduzir o custo do sistema e não aumentar o valor no final da cadeia sustentável".

WhatsApp Image 2022-08-16 at 10.40.23CEO Global da JBS, Gilberto Tomazoni. (Foto: Trinca Produções/LIDE)

O CEO do Grupo Ambipar, Leon Tondowski, avaliou que a questão do custo é prioritária para que ocorra a transformação e aceitação da agenda. "Temos de baixar tudo e utilizar cada potencial para reduzir a equação e democratizar o ESG, que ainda não é acessível a todos num país como o nosso", disse.

"Sem educação, não há futuro e nem vida. O propósito nasce da consciência e a consciência nasce da educação. Pesquisa e tecnologia são as repostas prioritárias, junto com a consciência, para encontrar um caminho nessa agenda, fundamental para o agora e, principalmente, para o futuro".

Sócio da GO Associados, Gesner Oliveira, também debateu a importância da adaptação da realidade local. "Você deve pensar na análise do ciclo do produto. Não podemos demonizar: temos de avaliar o impacto líquido sobre a sustentabilidade, quebrar padrões culturais com ternura, sem radicalismo".

WhatsApp Image 2022-08-16 at 10.40.25 (4) Head de Sustentabilidade da Cosan, Marina Carlini. (Foto: Trinca Produções/LIDE)

A head de Sustentabilidade da Cosan, Marina Carlini, ressaltou a relevância da compreensão a agenda sustentável. "É importante melhorar nossos produtos para oferecer maior diferencial competitivo. Uma questão que vemos é a educação. Como conseguimos levar o país para um patamar diferenciado?"

"Um tema crucial, também, é trazer a adaptação de parâmetros para a nossa realidade. Todos os padrões de certificação não nascem no Brasil: nascem na Europa. Inevitavelmente, eles não conhecem a realidade local, nossas cadeias de suprimentos, e nossas ações, que são efetivas".

A sócia da Aya Initiative, Patricia Ellen, defendeu que as decisões relacionadas ao tema também sejam discutidas no Brasil. "A solução precisa passar por aqui. Assim como existe no exterior, as grandes empresas precisam realizar coalizações: empresas globais se uniram. Esse é o caminho".

WhatsApp Image 2022-08-16 at 10.40.25Diretor-país da Acciona, André de Angelo. (Foto: Trinca Produções/LIDE)

Presidente da Enel, Max Xavier Lins, falou sobre a importância da matriz energética nesta discussão. "Concordo que não podemos demonizar produtos. Exemplo disso é a energia, que é a fonte e também está diretamente ligada ao consumo. E esse segmento demanda a nossa principal ação atualmente".

No mesmo contexto, diretor-executivo da Accenture na América Latina, Matthew Govier, resumiu que o foco precisa estar em "custo, risco e regulação". Diretor da Tereos, Rodrigo Simonato, defendeu agregar valor a partir da conscientização. E o diretor-país da Acciona, André de Angelo, lembrou que o "setor está demandando essas transformações".

Responsabilidade

WhatsApp Image 2022-08-16 at 10.40.25 (1)Curador da Plataforma LIDE ESG, Ricardo Assumpção. (Foto: Trinca Produções/LIDE)

Curador da Plataforma LIDE ESG, Ricardo Assumpção, que também é líder na EY de ESG na América Latina Sul e CSO Brasil, afirmou que o país tem potencial para trabalhar a inovação verde. "Talvez seja o a maior oportunidade de crescimento de consumo para os próximos anos".

"Os produtos sustentáveis que agregam tecnologia sustentável crescem seis mais que os produtos padrões. É um mercado que tem potencial de gerar de U$ 500 a U$ 800 bilhões. Assim, as marcas têm uma oportunidade única, uma vez que a sustentabilidade está ligada, na prática, à inovação".

Assumpção defendeu a clareza do propósito. "Neste movimento, não podemos permitir o greenwashing. É preciso diferenciar pequenas iniciativas legítimas com aquelas que são enganosas. É necessário reconhecer as empresas que praticam aquilo que realmente prometem e anunciam em ações de marketing".

128fcb3f-f357-4272-8998-0945111be6a6Presidente da Enel, Max Xavier Lins e Leon Tondowski. (Foto: Trinca Produções/LIDE)

Pioneirismo

Chairman do LIDE, Luiz Fernando Furlan, afirmou que as oportunidades a partir de produtos sustentáveis são grandes no país como o Brasil, que mantém a agenda ativa sobre a temática. "O protagonismo, claro, vem do setor produtivo, que está atento a essas questões e é, naturalmente, mais célere nas soluções".

O presidente do LIDE, João Doria Neto, avaliou debates, como os promovidos pela Plataforma LIDE ESG, essenciais para a manutenção do protagonismo da agenda ESG no país. "A pauta, fundamental, é essencial para o desenvolvimento dos negócios ocorra de maneira correta e justa, e que garanta futuro e respeito ao empresariado eao consumidor".

c8acdb60-83aa-4b23-860b-9d4c0ac4484cDiretor-executivo da Accenture na América Latina, Matthew Govier. (Foto: Trinca Produções/LIDE)

Presidente do Grupo Doria e conselheira do LIDE, Celia Pompeia, destacou a vanguarda do setor produtivo nos pilares ESG e defendeu o protagonismo do Brasil diante do cenário internacional. "É preciso entender a realidade local para que possamos ter o reconhecimento no exterior. E devemos manter essa pauta ativa".