Empresas familiares são modelos de sustentabilidade nos negócios, aponta estudo da KPMG
As organizações familiares precisam proteger seus negócios examinando a eficiência de suas práticas operacionais e construindo relações mais profundas com comunidades e funcionários.
As organizações familiares precisam proteger seus negócios examinando a eficiência de suas práticas operacionais e construindo relações mais profundas com comunidades e funcionários (Foto: Unsplash)
Muitas empresas familiares entendem a sustentabilidade como uma jornada já percorrida. Os fundamentos desse valor já são culturalmente compartilhados em ambientes familiares e estão entrelaçados nos modelos de negócios do capitalismo familiar. Mesmo que cada empresa siga rotas variadas, o progresso que já fizeram deve servir de exemplo e inspiração para organizações de todos os tipos. É o que diz o estudo 2023 Global Family Business Report, conduzido pela KPMG.
Outro ponto marcante da publicação são as três metas interconectadas de manutenção da sustentabilidade dos negócios, amplamente descritas pelos líderes das empresas familiares: manter prosperidade econômica e sustentabilidade social, ambiental e reputacional de longo prazo para gerações atuais e futuras; integrar aos negócios diversas práticas ambientais e socialmente responsáveis; assumir um papel de liderança no apoio a iniciativas que beneficiem pessoas e planeta, mesmo que não tenham relação com a empresa.
“A agenda de sustentabilidade é uma preocupação central em todos os setores do mundo corporativo. Muitos governos estão pressionando as empresas a serem ágeis nas preocupações com as questões ambientais oferecendo incentivos para estimular ações que sejam inteligentes em termos climáticos e contribuam para a equidade social e a sustentabilidade econômica de longo prazo. Os clientes estão escolhendo cada vez mais produtos de empresas que mostram responsabilidades no impacto positivo que seus negócios produzem nas pessoas e no planeta”, afirma Carolina de Oliveira, sócia-diretora de Private Enterprise da KPMG no Brasil.
A publicação evidenciou ainda que aumentou a necessidade de as empresas familiares protegerem seus negócios examinando a eficiência de suas práticas operacionais e construindo relações mais profundas com comunidades e funcionários. Em muitos aspectos, a sustentabilidade está se tornando a base para uma licença de operação. As empresas que têm alguma forma de certificação nessa área estão conseguindo acesso mais fácil ao capital e tendo melhor desempenho no recrutamento e na retenção de funcionários.
“O compromisso com a sustentabilidade tornou-se um imperativo empresarial. As empresas que não se adaptarem podem ter dificuldades para competir em um novo mundo de baixo carbono. As características e experiências únicas das empresas familiares oferecem um guia prático e valioso para outros líderes. As empresas que são capazes de antecipar e atender a essas expectativas ambientais e sociais crescentes também têm mais probabilidade de melhorar sua reputação, atrair e reter talentos de alto nível e gerar oportunidades de negócio”, diz Jubran Coelho, sócio-líder de Private Enterprise da KPMG no Brasil e na América do Sul.
O estudo se baseia em dados de entrevistas conduzidas por KPMG e STEP Project Global Consortium. Para explorar as várias rotas de sustentabilidade dessas empresas, discussões em grupo foram realizadas e entrevistas conduzidas com 2.439 líderes empresariais. Do total, 43% relataram altos níveis de sustentabilidade e digitalização com base em oito fatores-chave de sucesso: governança altamente estruturada, envolvimento ativo de profissionais que não são membros da família, diversificação de Patrimônio, aumento do número de mulheres nos conselhos, digitalização como facilitador da sustentabilidade, liderança carismática ou transformacional, mentalidade empreendedora robusta e orientações voltadas para o futuro.