Empresas consideram que IA generativa será complementar às iniciativas já existentes
Somente 18% têm a expectativa de que essa tecnologia causará impacto radical nos negócios, acelerando rapidamente a transformação digital, diz estudo da EY.
Somente 18% têm a expectativa de que essa tecnologia causará impacto radical nos negócios, acelerando rapidamente a transformação digital, diz estudo da EY. (Foto: Freepik)
As empresas estão em um momento de avaliar os possíveis impactos da IA generativa nos seus negócios. Quase quatro em cada dez (38%) consideram que a IA generativa será complementar às iniciativas de IA e machine learning já existentes nas suas organizações. Já 27% acreditam que a IA generativa vai trazer benefícios por meio de uma abordagem experimental que não fará parte do seu programa de transformação. Outros 18%, por outro lado, consideram que a IA generativa vai acelerar radicalmente suas transformações digitais, redefinindo tudo aquilo que for possível no negócio. Por fim, 17% consideram que os riscos e incertezas da IA generativa podem prejudicar a adoção em suas organizações. As constatações fazem parte da edição 2024 do estudo Reimagining Industry Future (RIF), produzido pela EY.
Os resultados foram obtidos por meio de pesquisa realizada em novembro de 2023 com 1.405 empresas (7% dessa amostra referente ao Brasil). As perguntas exploraram aspectos de comportamento das organizações, incluindo atitudes e intenção em relação às tecnologias emergentes, como IA, IoT e 5G baseado em IoT. Participaram diferentes setores econômicos como energia; automotivo e transportes; mineração e utilidades; serviços financeiros; serviços de saúde; produtos para o consumidor; setor público e governo; varejo; e tecnologia.
Ainda segundo o estudo, as empresas estão avaliando uma ampla gama de casos de uso para a IA, que se estendem do front ao backoffice. O treinamento dos funcionários lidera com 36% do uso ou futuro uso, refletindo o potencial da IA generativa para acelerar a aprendizagem, com os setores automobilístico (44%), de energia (40%) e de manufatura (39%) como os mais receptivos a essa aplicação. As atividades de vendas, atendimento e suporte ao cliente vêm na sequência com 35% das respostas, refletindo o potencial da IA generativa para melhorar as interações com os clientes, por meio das inúmeras capacidades do chatbot. Na terceira posição está o desenvolvimento de software, incluindo a etapa de testes, com 34%, sendo a principal resposta fornecida pelas empresas de tecnologia (45%). No quarto lugar, com 33% das respostas, aparece a cibersegurança por meio da gestão de fraudes.
A IA está sendo cada vez mais usada para proteger as empresas das ameaças cibernéticas. Análise da EY baseada em 69 estudos publicados entre 2015 e 2020 demonstra precisão média superior a 90% na detecção de spam, malware e invasões de rede. Essa porcentagem é um dos destaques do estudo “2024 Global Cybersecurity Leadership Insights”, que entrevistou líderes em cibersegurança de empresas provenientes de cinco setores econômicos e atuantes nas Américas; Ásia-Pacífico; e Europa, Oriente Médio, Índia e África. Essa capacidade da IA é decorrente principalmente da aprendizagem profunda ou deep learning que permite a essa tecnologia analisar volume maior de dados e mais heterogêneo em tempo real.
Agenda de prioridades da IA generativa
O RIF também traz as prioridades ligadas a essa agenda tecnológica. Mais de quatro a cada dez executivos (46%) dizem melhorar a governança dos dados para mitigar os riscos da IA generativa, como acuracidade e questões ligadas à ética. Já 41% indicam aproveitar a IA generativa em um contexto mais amplo que envolve outras tecnologias emergentes. Quatro em cada dez afirmam melhorar o entendimento da tecnologia de IA generativa. Já 38% apontam selecionar e priorizar casos de uso da IA generativa para teste e implantação, e outros 36% indicam avaliar os ganhos de produtividade possibilitados pela IA generativa.
Outra descoberta do estudo é que a IA generativa está entre as principais tecnologias priorizadas pelas empresas para que sejam trabalhadas em colaboração com outras inseridas no seu ecossistema. Quase quatro em cada dez (39%) buscam soluções em conjunto ou em parceria, o que está se mostrando uma aposta acertada, já que os desafios enfrentados são semelhantes no momento inicial de compreensão das possibilidades oferecidas pela IA generativa.