Republicanos da Câmara apresentam projeto de lei para evitar shutdown do governo dos EUA

Os republicanos da Câmara dos Estados Unidos apresentaram neste sábado, 8, um projeto de lei de gastos que garantiria o financiamento dos órgãos federais até 30 de setembro, adotando uma estratégia independente que deve levar a um confronto com os democratas. O projeto prevê aumento nos programas de defesa e redução nas áreas não relacionadas à defesa, o que deve ser rejeitado pelos democratas, que defendem um equilíbrio entre os dois tipos de gastos. O Congresso precisa agir até sexta-feira, 14, para evitar uma paralisação parcial do governo.

Com 99 páginas, o projeto destina US$ 892,5 bilhões para defesa e US$ 708 bilhões para programas não relacionados à defesa, com uma redução de 8% neste último.

O texto não inclui financiamento para projetos específicos solicitados por legisladores, conhecidos como "earmarks", que beneficiam regiões ou interesses locais, e também não abrange a maioria dos gastos do governo, como a Seguridade Social e o Medicare, que são financiados automaticamente.

O presidente da Câmara, o republicano Mike Johnson, prepara a votação do projeto para terça-feira, desafiando os democratas a votarem contra e arriscarem um "shutdown" do governo.

Embora os republicanos normalmente precisem dos votos democratas para aprovar projetos de lei, estão confiantes em conseguir aprovar a medida sozinhos.

A estratégia conta com o apoio do presidente dos EUA, Donald Trump, que tem mantido os republicanos alinhados.

Nesta semana, em um post na Truth Social, Trump afirmou que "os conservadores vão adorar este projeto, porque ele nos prepara para cortar impostos, ao mesmo tempo que congela efetivamente os gastos neste ano e nos permite continuar nosso trabalho para FAZER A AMÉRICA GRANDE NOVAMENTE".

Os republicanos esperam que a resolução dos gastos deste ano permita concentrar esforços na extensão das reduções de impostos de Trump e no aumento do limite da dívida.

Líderes democratas alertam que avançar sem consultá-los aumenta o risco de uma paralisação, destacando a flexibilidade dada ao governo Trump em relação aos gastos como uma das suas maiores preocupações.

*Com informações da Associated Press