Puxado pelos Serviços, Brasil criou maior número de vagas em dois anos em fevereiro
Setor que corresponde a quase metade dos empregos formais no País abriu perto de 200 mil postos de trabalho no período; Comércio também subiu significativamente.
Resultado é o melhor para um único mês desde fevereiro de 2022. (Foto: Unsplash)
Pouco mais de 306 mil empregos formais foram gerados no Brasil em fevereiro, considerando admissões e desligamentos realizados no mês, segundo análise [tabela 1] da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
É o melhor resultado para um único mês desde fevereiro de 2022, quando 353 mil novas vagas foram abertas no País. O número ainda representa uma alta de 21,2% em comparação ao mesmo período do ano passado, quando o saldo foi positivo em pouco mais de 252 mil vagas, reforçando, assim, a relevância da alta de agora.
Os dados demonstram, na percepção da Federação, uma resiliência significativa dos investimentos em mais mão de obra no País — principalmente porque, após um janeiro em que já se esperava uma desaceleração, os números do emprego na conjuntura brasileira permanecem mais altos do que se previa inicialmente.
Isso acontece, sobretudo, porque as perspectivas com a economia doméstica seguem melhorando, pavimentadas pelos resultados positivos nos primeiros meses de 2024 no Comércio, nos Serviços e na Indústria.
Destaque
Se todos os setores criaram postos de trabalho em fevereiro, alguns se sobressaíram — caso, principalmente, dos Serviços, que abriram mais de 193 mil vagas no período, respondendo por quase dois terços (63%) de todo o saldo positivo do mês. Dentro do setor, a demanda mais intensa veio das atividades educacionais, ainda pautadas pelo início do período letivo, que geraram 58,3 mil empregos formais. Serviços administrativos (36,3 mil) também ajudaram a puxá-lo para cima.
O resultado dos Serviços, em fevereiro, também foi maior (12,6%) do que o observado no mesmo mês do ano passado, quando foram geradas 171 mil vagas. Com isso, o saldo atual é positivo em 21,5 mil delas. Depois dos Serviços, a Indústria também obteve um bom desempenho no período analisado, abrindo 54,4 mil novos postos celetistas, ficando à frente da construção civil (35 mil), do comércio (19,7 mil) e da agropecuária (3,7 mil). O Comércio, por sua vez, registrou uma diferença de saldo positivo em quase 18 mil empregos no período de um ano, já que abriu 19,7 mil vagas em fevereiro deste ano — um ano antes, eram apenas 1,7 mil. Proporcionalmente, a elevação foi expressiva: 1.027%.
Como se vê na tabela, os serviços corresponderam por quase metade (48%) de todo o estoque de vínculos formais do País em fevereiro, que somava 45,9 milhões de pessoas trabalhando formalmente no período. O comércio, com 10,2 milhões, também ocupa uma parte importante dessa conjuntura, seguida pela indústria (8,7 milhões), pela construção civil (2,8 milhões) e pelo agro (1,8 milhão).
São Paulo no topo
O Estado de São Paulo foi a unidade federativa que mais criou vagas em fevereiro, segundo os dados. Foram 101,1 mil postos de trabalho no contexto paulista, o que representa aumentos de 178,4%, em relação ao saldo de janeiro, e de 47,8%, na comparação ao mesmo mês de 2023.
Como reflexo do Brasil, os serviços também puxaram o resultado em São Paulo, abrindo 67,7 mil empregos formais no período. No entanto, o agro paulista retraiu, perdendo 7,4 mil postos em relação ao mês anterior.