Otimismo do brasileiro continua crescendo, com menor expectativa de inflação e melhora na vida pessoal e familiar
No nono mês de mandato, melhoras na economia fazem aprovação do Governo Lula alcançar 55%, maior patamar desde o início do ano. Interesse pelo Desenrola chega a 73%.
Cenário foi mapeado pela Pesquisa Febraban-Ipespe. (Foto: Unsplah)
O cenário de melhora no ambiente econômico brasileiro está tendo reflexos na perspectiva do brasileiro em relação ao país e à economia pessoal e familiar. A rodada de setembro da pesquisa RADAR FEBRABAN, Pesquisa Febraban-Ipespe, aponta que o montante dos que acreditam que o Brasil vai melhorar até o final de 2023 cresceu de 53% em junho para 59% em agosto, maior percentual da série histórica. Os pessimistas, que acreditam em piora, se reduziram de 24% para 18%. Já aqueles que não preveem mudanças no quadro até o final do ano continuam a somar um quinto dos entrevistados (20%).
Ao mesmo tempo, a percepção sobre aumento dos preços chega ao final desse segundo quadrimestre com o menor percentual da série histórica (55%), tendo recuado quatro pontos em relação a junho. O percentual dos que apontam a diminuição da inflação e dos preços cresceu para 20%.
Realizada entre os dias 28 de agosto e 1º de setembro, com 2 mil pessoas nas cinco regiões do País, esta edição do RADAR FEBRABAN mapeia as expectativas dos brasileiros sobre este ano, tanto em relação à vida pessoal, quanto em relação à política e à economia do país, e mensura como a população encara ao programa Desenrola e Reforma Tributária. A pesquisa também apura as opiniões de cada uma das cinco Regiões brasileiras.
Sobre o governo federal, a pesquisa aponta que a aprovação alcançou 55%, maior patamar desde o início do ano. Ao mesmo tempo, houve queda na desaprovação, que chegou a 38%. Nesse cenário favorável, a opinião de que o Brasil está melhor avançou de 41% em junho para 48% em agosto, um incremento de 7 pontos.
“Os resultados dessa edição do RADAR FEBRABAN refletem em grande medida o ambiente econômico favorável apontado nas últimas avaliações e projeções divulgadas, que indicam desaceleração da inflação, redução da taxa de juros, queda do desemprego, aumento do consumo e adesão às medidas para redução do endividamento”, lembra o sociólogo e cientista político Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do IPESPE.
Desenrola
A pesquisa também mostra que é grande o conhecimento e interesse do brasileiro pelo Programa Desenrola Brasil, de renegociação de dívidas do Governo Federal com a participação dos bancos, lançado em 17 de julho. Os números mostram que subiu de 45% em junho para 70% em agosto o conhecimento sobre o programa. Junto com a ampliação do conhecimento sobre o Desenrola, avança a adesão ou o interesse em participar, chegando a mais de sete em cada dez (73%) entre aqueles que possuem dívidas.
Seguem os principais resultados do levantamento:
Inflação
A percepção sobre aumento dos preços chega ao final desse segundo quadrimestre com o menor percentual da série histórica. Cai de 79% em dezembro de 2022 para 55%. Em relação ao levantamento de junho recuou quatro pontos. Em relação ao final do ano passado, dobrou o percentual daqueles que apontam diminuição da inflação e dos preços, passando de 10% para 20%.
País
A opinião de que o Brasil está melhor avançou de 37% em abril para 48% em agosto, um incremento de 11 pontos. Em relação à pesquisa anterior, de junho, o crescimento foi de 7 pontos. A avaliação de que o país está igual manteve-se em um terço, e os que identificam piora diminuíram, no último bimestre, de 25% em abril para 19%.
O montante dos que acreditam que o Brasil vai melhorar até o final de 2023 cresceu de 53% em junho para 59% em agosto, maior percentual da série histórica. Os pessimistas, que acreditam em piora, se reduziram de 24% para 18%; e aqueles que não preveem mudanças no quadro até o final do ano continuam a somar um quinto dos entrevistados (20%).
Economia pessoal e familiar
No âmbito pessoal e familiar, os movimentos entre os dois levantamentos recentes também foram positivos. Aproxima-se de metade dos entrevistados a parcela que aponta melhoria da vida no cotejo com 2022 (45%); ao passo que recuou um ponto a percepção de piora (19% para 18%). Com relação ao restante de 2023, a expectativa positiva a respeito da melhoria da vida pessoal e das respectivas famílias praticamente recupera o patamar do início do ano, alcançando 72%.
Projeções
• Taxa de juros: aspecto com melhor resultado nessa rodada do estudo, sob provável impacto do anúncio da redução da taxa Selic. A expectativa de que vai aumentar caiu de 48% para 45%, enquanto o percentual dos que acham que vai diminuir foi de 22% para 25%.
• Poder de compra: variação de 37% para 40% na parcela dos que apostam em aumento do poder aquisitivo.
• Inflação e custo de vida: a opinião de que os preços vão aumentar recuou de 45% em junho para 43% em agosto.
• Desemprego: a projeção de que vai cair voltou a 40%, com oscilação de mais um ponto em relação a junho; já o receio de que o desemprego vai aumentar se manteve em 34%.
• Acesso ao crédito: 42% acreditam que vai aumentar (eram 41% em junho). Manteve-se em 22% a opinião de que vai diminuir.
• Impostos: em meio à discussão sobre a Reforma Tributária, mantém-se estável a percepção de que os impostos vão aumentar (53%); ao passo que número inferior a um quinto acredita em sua diminuição (18%).
GESTÃO DO PAÍS
Ao chegar no 9º mês de mandato, em um contexto de melhorias na economia, o Governo Lula tem aprovação de 55%, maior patamar desde o início do ano. Os que desaprovam somam 38%, uma diminuição de dois pontos em relação a junho. A aprovação do Governo se destaca no Nordeste (65%), entre os que possuem instrução até fundamental (60%), na renda até 2SM (59%), no público feminino (59%) e na faixa de 25 a 44 anos (59%).
PRIORIDADES DA POPULAÇÃO
• Saúde: atinge o maior percentual da série, saindo de 25% em junho para 29% em agosto (na 1ª menção), um incremento de quatro pontos;
• Emprego e Renda: ultrapassam um quarto das menções (27%), com aumento de três pontos em relação a junho.
• Educação: a citação a essa área oscila menos dois pontos, de 17% para 15%.
• Inflação e Custo de Vida: em meio às expectativas favoráveis, esse item
prioritário aparece, pela 1ª vez, com um dígito, diminuindo de 11% em junho para 8% em agosto.
• Fome e Pobreza: variação negativa de dois pontos, reduzindo de 8% para 6% no último bimestre.
• Corrupção: esse aspecto vem em declínio desde o final do ano passado, quando pontuou 10%, caindo agora para 4%.
DESEJOS DOS BRASILEIROS
Com a expectativa de melhora na economia e mediante a condição de haver excedente no orçamento doméstico, a maioria dos entrevistados optaria por “comprar imóvel” (30%) ou por “aplicar os recursos no sistema bancário” (20% na poupança e 24% em outros investimentos bancários), sem alteração no ranking registrado em junho. ‘Fazer cursos e melhorar a educação sua e da família” é um desejo de 17% dos entrevistados, em caso de sobras no orçamento familiar, voltando ao patamar de dezembro de 2021. Ratificando a crescente preocupação com a área da Saúde como prioridade número um, cabe realçar o interesse de “fazer ou melhorar o plano de saúde”, item que voltou à casa dos dois dígitos – de 8% em junho para 10% em agosto.
ENDIVIDAMENTO E PROGRAMA DESENROLA
No contexto de expectativas de ampliação do crédito, maior estabilidade dos preços, aumento do poder de compra e aproximação do final do ano, aumenta entre os brasileiros a expectativa de endividamento, passando de 15% em fevereiro e chegando a 25% em agosto. Inversamente, a expectativa da população de ficar menos endividada caiu de 53% em fevereiro para 38% agora.
Subiu de 45% em junho para 70% em agosto o conhecimento sobre o programa de renegociação de dívidas do Governo Federal com a participação dos bancos, o Desenrola. Menos de um terço (30%) afirma desconhecer o programa (em junho era mais da metade da população). Junto com a ampliação do conhecimento sobre o Desenrola, avança a adesão ou o interesse em participar, chegando a mais de sete em cada dez entrevistados que possuem dívidas (73%).
REFORMA TRIBUTÁRIA
Cerca de seis em cada dez entrevistados (58%) não tomaram conhecimento sobre a Reforma Tributária no que se refere à parte dos impostos sobre o consumo (PEC 45/19). Dos 42% que conhecem o tema (mediante estímulo de breve descrição), 48% aprovam, 26% desaprovam e outros 26% não souberam opinar