Henrique Meirelles participa de seminário do LIDE Minas Gerais sobre cenários econômicos

Economista defendeu estabilidade institucional e responsabilidade fiscal como bases para o crescimento sustentável do país.

WhatsApp Image 2025-07-04 at 12.48.33Economista defendeu estabilidade institucional e responsabilidade fiscal como bases para o crescimento sustentável do país. (Foto: Emily Jessie)

O LIDE Minas Gerais realizou, nesta sexta-feira (4), em Belo Horizonte, o Seminário de Economia com o tema “Perspectivas Econômicas do Brasil e do Mundo: Desafios e Oportunidades”. O evento reuniu empresários, gestores públicos e representantes de entidades para um debate técnico sobre os rumos da economia nacional e internacional, com foco nos efeitos sobre o ambiente de negócios em Minas Gerais.

O encontro teve como convidado Henrique Meirelles, economista com atuação em diferentes funções públicas e privadas. Meirelles foi presidente mundial do BankBoston, presidente do Banco Central do Brasil de 2003 a 2011, ministro da Fazenda entre 2016 e 2018 no governo Michel Temer, secretário de Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo e presidente do Conselho da J&F.

Durante sua fala, Meirelles analisou indicadores econômicos e abordou temas como crescimento do PIB, inflação, política fiscal, taxa de juros, câmbio e investimento produtivo. Ele destacou que a economia brasileira passa por um momento de instabilidade e que a condução da política econômica precisa estar alinhada com metas de estabilidade e previsibilidade.

“O desempenho da economia depende da confiança dos investidores e da população. Sem um ambiente institucional estável, o investimento diminui, o crédito recua e o crescimento fica comprometido. É preciso atuar com base em dados, metas e responsabilidade fiscal”, afirmou Meirelles.

Além de Meirelles, participaram do seminário Luisa Barreto, CEO da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge); Marcelo de Souza e Silva, presidente da CDL/BH e do Sebrae Minas; Antônio Claret, vice-presidente do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG); e Flávio Roscoe, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG).

Marcelo de Souza e Silva destacou a relevância de compreender os impactos da política econômica sobre o comércio e o setor de serviços. Segundo ele, a recuperação da atividade econômica depende de políticas que incentivem o consumo das famílias e o crédito para os pequenos negócios.

Já Flávio Roscoe mencionou a carga tributária e o custo da energia como obstáculos para a indústria. Ele defendeu a necessidade de reformas estruturais e segurança jurídica para estimular a expansão da atividade produtiva.

Luisa Barreto abordou projetos voltados à atração de empresas e ao uso de ativos públicos em iniciativas estratégicas para Minas Gerais. Ela mencionou a importância de parcerias com o setor privado para impulsionar áreas como infraestrutura, mobilidade, energia e inovação.

Antônio Claret apresentou dados sobre o crédito direcionado às empresas no estado e defendeu o fortalecimento dos bancos de desenvolvimento como instrumentos de apoio à economia regional.

A presidente do LIDE Minas Gerais, Patrícia Leiva, afirmou que o seminário foi organizado com o objetivo de estimular o diálogo entre lideranças do setor público e privado com foco na economia real. “A proposta é gerar conteúdo relevante para quem toma decisões e busca compreender os cenários de curto, médio e longo prazo. Essa é uma agenda contínua do LIDE”, declarou.