Governo do Amazonas inaugura nova matriz econômica com potássio e prevê 17 mil empregos diretos e indiretos

Os investimentos na construção das instalações para extração do cloreto de potássio da mina de silvinita em Autazes, a maior do país, é da ordem de US$ 2,5 bilhões (R$ 13 bilhões aproximadamente).

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O Governo do Amazonas destravou o projeto de exploração do potássio no estado, que se arrastava há 15 anos, e concedeu, em abril de 2024, a licença ambiental para a instalação da unidade fabril da Potássio do Brasil, em Autazes (a 113 quilômetros de Manaus). A licença marca o início do desenvolvimento de uma nova matriz econômica no Amazonas, que vai gerar mais de 17 mil empregos e reduzir a dependência do país das importações do cloreto de potássio usado como fertilizante agrícola.

Os investimentos na construção das instalações para extração do cloreto de potássio da mina de silvinita em Autazes, a maior do país, é da ordem de US$ 2,5 bilhões (R$ 13 bilhões aproximadamente). Na fase de implantação da planta fabril serão gerados 2,6 mil empregos diretos. Quando entrar em operação, o complexo vai gerar 1,3 mil empregos diretos e outros 16 mil indiretos.

O governador do Amazonas, Wilson Lima, ressaltou que a concessão da licença de instalação pelo Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas (Ipaam) considerou todas as condicionantes ambientais vigentes, conferindo ao projeto a segurança jurídica necessária para sua implantação.

Wilson Lima também destacou que o Amazonas passará a responder pela maior produção de potássio do país, quando o projeto estiver na fase de operação, abastecendo 20% da demanda nacional. Ele frisou, ainda, os impactos sociais e econômicos para o estado.

“A implantação de uma atividade como essa gera indicadores sociais relevantes, qualidade de vida para os indígenas e demais populações do entorno, como novas oportunidades de emprego e renda, além de avanço no saneamento, abastecimento de água, asfaltamento de ramais, educação e saúde. Enfim, tudo aquilo que é importante para que se possa ter um lugar melhor para se viver“, destacou Wilson Lima, no evento de entrega da licença de instalação na sede do Governo do Estado, no dia 8 de abril.

O diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, disse que a produção brasileira de potássio será fundamental para fortalecer a segurança alimentar mundial.

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“O setor agrícola do Brasil alimenta, aproximadamente, 1 bilhão de habitantes na face da terra. Isso quer dizer que nós vamos reduzir a nossa dependência externa desse mineral que é decisivo para a nossa produção”, afirmou Jungmann ao lembrar que 95% do potássio do Brasil vem do exterior, em vídeo divulgado durante o evento de entrega da licença.

Cuidado ambiental

A concessão da área onde está a mina de silvinita, em Autazes, foi feita pela Agência Nacional de Mineração para a Potássio Brasil em 2009. E somente 15 anos depois a exploração do potássio sai do papel como um dos projetos mais verdes do mundo, a partir das condicionantes ambientais exigidas que garantem, inclusive, baixo carbono emitido na operação.

“Hoje a gente pode dizer que o Amazonas tem um projeto de mineração sustentável. Com essa licença de instalação a gente vai fazer com que ele vá para frente e que esses números e resultados se tornem realidade na maior brevidade possível. Muito obrigado a toda equipe do Governo do Estado“, disse o presidente da Potássio do Brasil, Adriano Espeschit.

Também estiveram presentes no evento de entrega da licença, representantes dos indígenas da etnia Mura, povo que foi consultado e aprovou o andamento do projeto. “Nosso povo vem de muitas lutas e muita raça. Agora, estamos aqui diante desse momento histórico. Esse empreendimento vem para nos beneficiar e era esperado há muitos anos. Seguimos todos os protocolos, cumprimos todas as regras e daqui para frente só espero muito sucesso para o nosso povo indígena”, disse o coordenador do Conselho Indígena Mura, Kleber Mura.

O governador Wilson Lima destacou que os indígenas também serão beneficiados com o crescimento socioeconômico da região e reforçou o compromisso do Estado em fiscalizar e cobrar que a empresa Potássio do Brasil cumpra todos os requisitos ambientais para a atividade.

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Estrutura do complexo

Com validade de três anos, a licença ambiental de instalação autoriza a construção da parte administrativa e funcional do complexo fabril da Potássio do Brasil, incluindo as minas subterrâneas que terão 800 metros de profundidade para a extração do potássio, por meio de um sistema de alta tecnologia e sem qualquer influência no modo de vida da superfície. A capacidade de produção anual será de 2,2 milhões de toneladas de cloreto de potássio.

Será implantada uma linha de transmissão de energia de 165 km de extensão, a partir da qual a concessionária poderá disponibilizar parte para as sedes municipais e comunidades próximas. Será construída uma estrada de 12 km entre as comunidades da Vila de Urucurituba e Lago do Soares, em Autazes, além de um porto de grande porte para o transporte do minério.

O projeto prevê, ainda, destinação de 2% da produção de cloreto de potássio para a chamada Agricultura Familiar, além de ações socioambientais, como a preservação de sítios arqueológicos, mapeamento e cadastro de espécies animais e vegetais.

(Fonte: Governo do Amazonas | Conteúdo de Marca)