Georgia Veloso: 'Melhora na confiança dos consumidores foi exclusivamente influenciada pela reavaliação das perspectivas para os próximos meses'
Confiança dos consumidores sobe 0,7 ponto em dezembro.
Geórgia Veloso, economista do FGV IBRE.(Foto: Reprodução/Linkedin Geórgia Veloso)
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) do FGV IBRE subiu 0,7 ponto em dezembro, para 93,7 pontos, após duas quedas consecutivas. Em médias móveis trimestrais, o índice recuou pelo terceiro mês consecutivo, em 1,1 ponto, para 93,3 pontos.
“Após dois meses em queda, a melhora na confiança dos consumidores foi exclusivamente influenciada por uma reavaliação das perspectivas para os próximos meses, apesar de uma insatisfação em relação ao momento atual. A melhora das perspectivas ocorre principalmente nas famílias de menor poder aquisitivo, que voltam a enxergar a possibilidade de melhora no mercado de trabalho e continuidade de queda da inflação em 2024. Apesar da recente deterioração, o ano encerra com saldo positivo, mas ainda abaixo do nível de 100 pontos, indicando ainda um grande caminho pela frente”, afirma Geórgia Veloso, economista do FGV IBRE.
Em dezembro, o resultado positivo da confiança foi influenciado pela combinação entre melhora das perspectivas para os próximos meses e piora nas avaliações sobre a situação atual. O Índice de Expectativas (IE) subiu 2,5 pontos, alcançando 103,3 pontos após três quedas consecutivas, enquanto o Índice da Situação Atual (ISA) caiu pelo terceiro mês consecutivo, agora mais intensamente em 1,7 ponto, para 80,4 pontos.
Entre os quesitos que compõem o ICC, o que mede as perspectivas para as finanças familiares futuras foi o que apresentou a maior contribuição para o aumento da confiança no mês ao avançar 6,9 pontos, para 100,6 pontos, após acumular 13,9 pontos de queda nos últimos três meses. A melhora também foi observada no indicador que mede as perspectivas sobre a situação futura da economia que subiu 2,0 pontos, para 112,9 pontos. Apenas o ímpeto de compras de bens duráveis apresentou resultado negativo no mês ao recuar 1,6 ponto, para 96,1 pontos.
Em relação aos indicadores que avaliam a situação atual, o que mede a satisfação sobre a situação econômica subiu 0,6 ponto, para 91,2 pontos, enquanto a percepção dos consumidores sobre a situação financeira das famílias caiu 4,0 pontos, para 69,9 pontos, menor nível desde julho deste ano (67,0 pontos).
Entre as faixas de renda, os consumidores de menor poder aquisitivo (com renda até R$ 2.100,00) foram os que apresentaram maior resultado positivo esse mês, recuperando 55% das perdas dos últimos dois meses influenciados principalmente pelas perspectivas em relação ao futuro. Na contramão, os consumidores com renda entre R$ 2.100,01 e R$ 4.800,00 tiveram queda na confiança de 2,3 pontos.