Embraer quer Arábia Saudita como hub no Oriente Médio
Vice-presidente da companhia, Caetano Spuldaro Neto, falou sobre o potencial das tecnologias brasileiras no mercado árabe durante o Brazil Saudi Arabia Conference, realizado pelo LIDE, em Riyadh.
Vice-presidente da companhia falou sobre o potencial das tecnologias brasileiras no mercado árabe durante o Brazil Saudi Arabia Conference, realizado pelo LIDE, em Riyadh. (Foto: Felipe Gonçalves/LIDE)
Cooperação tecnológica, oportunidade de desenvolvimento da indústria local de forma sustentável e acesso a novos mercados. Para o vice-presidente para Oriente Médio e Ásia-Pacífico da Embraer Defesa & Segurança, Caetano Spuldaro Neto, esses são os principais potenciais da relação entre o Brasil e a Arábia Saudita no setor aeronáutico. “Queremos transformar a Arábia Saudita em um hub da Embraer na região”, disse o executivo durante o Brazil Saudi Arabia Conference, que acontece em Riyadh, capital do país. Realizado pelo LIDE, o evento reúne empresários e autoridades para o debate de oportunidades bilaterais.
O vice-presidente da Embraer destacou, ainda, a oportunidade de trabalhar com empresas locais e com o governo saudita para desenvolver a cadeia de suprimentos local e o capital humano para que, no futuro, possa ser possível desenvolver também novas tecnologias de forma conjunta.
“No segmento de defesa, estamos trabalhando próximo às autoridades da Arábia Saudita para fomentar a oportunidade de aquisição da aeronave C-390 por parte da Força Aérea Real Saudita, o produto brasileiro mais inovador no segmento de transporte militar tático. A aeronave é capaz de carregar até 26 toneladas de carga, tem alto desempenho e baixo custo de operação. A aquisição pode gerar uma economia de US$ 2 bilhões para o país nos próximos 30 anos”, explicou.
Ainda no setor de aviação, o CEO da Amaro Aviation, Marcos Amaro, falou sobre o interesse em ser uma plataforma de aviação no Brasil, com planos de atividades na área de aviação comercial, especialmente a regional.
“Estamos com um programa de crescimento forte na aviação privada e no gerenciamento de aeronaves. Nosso plano de negócios começa a entrar o setor de emergências médicas. Para isso, estamos investimento em um novo helicóptero para revolucionar o mercado de monoturbinas”.
Energia limpa em destaque
Wilson Ferreira destacou o potencial brasileiro na produção de energia limpa. (Foto: Foto: Felipe Gonçalves/LIDE)
No período da manhã, a energia também foi destaque na força na pauta. Wilson Ferreira, que atuou como CEO de companhias como a Eletrobras e a Vibra Energia, destacou os marcos regulatórios brasileiros como pontos de segurança para os investimentos na economia do Brasil.
“Um dos maiores desafios que temos neste século é a descarbonização da economia. Somos um dos maiores emissores de gases de efeito estufa do mundo por conta do desmatamento ilegal. O Brasil tem mais de 30 milhões de hectares que foram degradados pelo desmatamento. Essa área pode ser reflorestada para a produção de biocombustíveis”, enfatizou.
Vice-presidente da Raízen, Paulo Neves também frisou o potencial do país em energias renováveis. “O etanol de cana-de-açúcar é uma solução competitiva, eficiente e complementar às gasolinas comercializadas no país. É uma oportunidade de expansão em infraestrutura”.
Abdulmalik Al Qhatani, presidente do LIDE Arábia Saudita. (Foto: Felipe Gonçalves/LIDE)
Energia, mineração, logística e indústria são os quatro setores que devem guiar os potenciais econômicos da Arábia Saudita, segundo o presidente do LIDE no país, Abdulmalik Al Qhatani.
“A Arábia Saudita não será somente um produtor de petróleo, seremos reconhecidos como produtores de energia. Estamos investindo em energia renovável e planejamos construir a maior planta de hidrogênio verde”.
Rinaldo Mancin abordou o potencial de crescimento do mercado brasileiro de mineração. (Foto: Felipe Gonçalves/LIDE)
As oportunidades entre mineração e energia também se cruzam nas oportunidades e investimentos dos dois países. Vice-presidente do Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração), Rinaldo Mancin destacou o potencial do setor entre os três principais da economia brasileira, protagonizando lado a lado da indústria de petróleo e gás.
“Temos ainda deficiência em conhecimento geológico, mas o Brasil é uma potência mineral de primeira grandeza, e isso impacta também na transição energética, já que o carro elétrico é, essencialmente, feito de minérios. Devemos fortalecer o verdadeiro “vale do lítio” que vem se criando em Minas Gerais”, finalizou.
O Brasil Saudi Arabia Conference tem patrocínio do banco BRB, Cedae, Cutrale, Dasa, Hapvida NotreDama Intermédica e Paper Excellence. O evento é apoiado por Amaro Aviation, Eletra, Federal of Saudi Chambers of Commerce, Inovetech e Minerva Foods. As mídia partners são Estadão, Broadcast, Grupo Jovem Pan, Jovem Pan News, Revista LIDE e TV LIDE. O fornecedor oficial é a Earadat. O apoio institucional é da Câmara de Comércio ÁrabeBrasileira. A operadora oficial é a Maringá Turismo. A transportadora oficial é a Emirates.