Custo Brasil está entre as principais barreiras da competitividade industrial, revela CNI
Empresários citam complexidade tributária, falta de mão de obra qualificada, burocracia e insegurança jurídica como entraves para a competitividade industrial.
Empresários citam complexidade tributária, falta de mão de obra qualificada, burocracia e insegurança jurídica como entraves para a competitividade industrial. (Foto: Freepik)
Pesquisa inédita da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela que 45% dos empresários industriais brasileiros acreditam que a bitributação e a complexidade tributária são as principais barreiras para a competitividade internacional. Em seguida, aparecem o Custo Brasil, com 35% dos empresários; a falta de mão de obra qualificada, com 31%; burocracia e ambiente regulatório, 25%; e a insegurança jurídica, 22%.
A lista ainda traz inovação e tecnologia, 14%; reputação e imagem do Brasil, 13%; custos de energia, 13%; exigências da legislação ambiental internacional, 11%; falta de crédito para a exportação, 10%; e cumprimento de exigências ambientais de clientes, 8%.
O impacto do Custo Brasil
“O Custo Brasil é esse conjunto de dificuldades estruturais, burocráticas e econômicas que prejudica o ambiente de negócios do país, pois encarece os custos das empresas, atrapalha investimentos e compromete a competitividade. Todos os fatores apresentados na pesquisa estão ligados ao valor do Custo Brasil, estimado em R$ 1,7 trilhão por ano, o que equivale a 20% do PIB brasileiro”, pontua o presidente da CNI, Ricardo Alban.
Visão regional
Quando comparado regionalmente, 55% dos empresários do Nordeste afirmam que a bitributação e a complexidade tributária são os fatores que mais influenciam a competitividade industrial, seguidos dos industriais do Sudeste, com 45%; do Sul, 43%; e do Norte/Centro-Oeste, com 33%.
Quando o assunto é o cumprimento de exigências ambientais de clientes, apenas 7% dos empresários da região Sul acreditam que esse fator pode impactar a competitividade industrial; enquanto 8% dos industriais do Sudeste acham o mesmo; 9% do Norte/Centro-Oeste; e 11% do Nordeste.
Fortalecimento da imagem da indústria e aumento da exportação
Outra pergunta destaque da pesquisa é se o fortalecimento da imagem da indústria brasileira pode contribuir para o aumento da exportação do setor. Os empresários são otimistas e 77% acreditam que sim. 29% informaram que o fortalecimento pode “aumentar muito” a exportação, enquanto 48% disseram “aumentar um pouco”. Já 19% responderam que o fato não interfere.
A pesquisa Sustentabilidade e Indústria foi realizada pelo Instituto de Pesquisa Nexus e ouviu representantes de mil empresas industriais de pequeno, médio e grande portes, em todo o país. As entrevistas foram realizadas entre 15 de maio a 17 de junho de 2025.