Cresce o otimismo do empresariado brasileiro para 2024
Estudo International Business Report (IBR), da Grant Thornton, indica que 72% dos líderes de empresas de médio porte esperam ter melhor desempenho econômico do que em 2023.
Daniel Maranhão, CEO da Grant Thornton no Brasil. (Foto: Divulgação/Grant Thornton)
O empresário brasileiro está mais otimista para 2024 e isso reflete diretamente no cenário de previsão de investimentos do País. Esse é apenas um dos insights da edição do primeiro trimestre da International Business Report (IBR), realizado pela Grant Thornton, uma das maiores empresas de consultoria, auditoria e tributos do mundo. A pesquisa foi realizada com 5 mil lideranças empresariais de companhias de médio porte em 28 países e abrange diversos indicadores como receita, investimentos, empregabilidade e perspectivas sobre setores específicos, além de medir o otimismo geral sobre o futuro da economia e dos negócios.
De acordo com os dados, o otimismo dos líderes brasileiros em relação à economia para os próximos 12 meses aumentou de 60% no fim do ano passado, para 72%. A expectativa de receita seguiu a mesma linha, com 79% dos empresários brasileiros prevendo aumentar o faturamento, porcentagem acima da média global (61%), quatro pontos percentuais (p.p.) maior do que em 2023.
Para Daniel Maranhão, CEO da Grant Thornton no Brasil, "as incertezas, sejam no mercado nacional ou internacional, levam a mudanças de expectativas relevantes, o que nos mostrou a necessidade de aumentar a frequência da pesquisa para identificarmos os impactos no otimismo dos empresários. A pesquisa, antes semestral, passa a ser realizada trimestralmente para apresentar um termômetro ainda mais fiel ao mercado", afirma o executivo.
Expectativas de crescimento
A empregabilidade é um indicador importante que aponta o crescimento da atividade econômica e reflete um mercado de trabalho mais aquecido do que no ano passado. Quando o assunto é gerar mais empregos, os líderes brasileiros têm expectativa de crescimento de 74%, aumento de dois pontos percentuais ante o semestre anterior. Esse panorama é surpreendente ao ser comparado com a média da América Latina, de 60%, e ainda mais com a média global, que ficou em 49%.
Além disso, 59% dos empresários nacionais esperam ampliar o número de países para os quais exportam nos próximos 12 meses. O aumento é de oito p.p. acima do ano passado, ainda superior à média global de 42%. Esse cenário positivo é observado também com a expectativa do aumento das exportações pelas médias empresas, que subiu de 55% no fim de 2023 para 61% nos primeiros três meses deste ano. A rentabilidade das empresas brasileiras cresceu 3 p.p., de 74% para 77%, enquanto, globalmente, o número ficou em 62%.
Outros fatores determinantes para a melhora do otimismo foram a queda da percepção de regulamentações e burocracias para o desenvolvimento de negócios, além das incertezas econômicas. No fim do ano passado, 60% do empresariado no Brasil identificou as leis e os processos burocráticos como restrições ao crescimento, já para 2024, reduziu para 53%. A incerteza econômica também apresentou forte queda, de 60% no fim de 2023 para 49% para este ano, menor do que a média global de 56%.
"O contexto macroeconômico tem impactado diretamente os tomadores de decisão das médias empresas. Além de o Brasil se manter otimista em relação a temas como melhoria em vendas e rentabilidade, há também um otimismo direcionado à expectativa de aumento nas exportações e a intenções de investimento direto no país. Tudo isso deixa o empresário brasileiro de médio porte mais animado com os resultados que pode conseguir em 2024. Por fim, houve também uma redução nos níveis de preocupação com temas regulatórios e com a incerteza econômica, elevando o otimismo dos empresários", completa Maranhão.
Mais segurança no mercado = mais investimento
Os empresários também ampliaram as intenções de investimentos. No Brasil, 77% das médias empresas pretendem investir em reputação e na consolidação de sua imagem nos próximos 12 meses. A média global é de 54%.
Outro índice, apurado pela primeira vez no relatório, é das empresas que pretendem investir em iniciativas sustentáveis em 2024. Os dados do Brasil mostram que 73% das organizações estão comprometidas com ações com foco em ESG, bem acima da média global (54%) e da América Latina (53%).
● Dos entrevistados brasileiros, 61% esperam investir em espaços de trabalho, 3 p.p. acima do ano passado. Globalmente, a previsão está em 45%.
● Os investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento também continuam ascendentes, chegando a 66% (aumento de 3 p.p. em relação à 2023). Acima também da perspectiva global de 55%.
● A transformação digital continua avançando, principalmente em segurança cibernética e risco digital. O investimento em tecnologia manteve destaque, 81% dos brasileiros afirmaram que investirão nos próximos meses em tecnologia, média significativamente acima da global de 66%.
“Os dados do primeiro trimestre apontam que os empresários brasileiros estão mais confiantes com o cenário macroeconômico e avaliam de forma positiva a geração de novas oportunidades de negócios”, avalia Maranhão.