Brasil é um hub de acesso aos Emirados na América, afirma secretário do Ministério da Economia dos EAU
O secretário-adjunto, Juma Al Kait, afirmou ainda que a alinça entre os dois países está em uma fase animadora.
Juma Al Kait, secretário-adjunto do Ministério da Economia dos Emirados Árabes Unidos. (Foto: Felipe Gonçalves e Heliakim Santos/LIDE)
O secretário-adjunto do Ministério da Economia dos Emirados Árabes Unidos, Juma Al Kait, afirmou que “a aliança entre Brasil e os Emirados Árabes Unidos está entrando em uma nova fase animadora”. A afirmação ocorreu durante Brazil Emirates Conference, realizado nesta quinta-feira (7), em Dubai, e refere-se ao ingresso do país no BRICs e ao convite brasileiro em participar do G20. O evento, realizado pelo LIDE, reúne empresários e autoridades dos dois países.
“Podemos explorar mais possibilidades para essa parceria mútua de nossas economias. Isso mostra grande oportunidade para o setor privado. O Brasil é um hub estratégico e um ponto de acesso para a América do Sul. Acreditamos que podemos apoiar mais formas de comércio entre nós”.
Ainda em seu discurso, para uma plateia com empresários e autoridades brasileiras e árabes, que acompanham o evento em Dubai, Juma salientou as ações do Mercosul. “Acreditamos que as ações do Mercosul são parcerias naturais para reduzir as barreiras e atrair novas oportunidades para o setor privado, a fim de entregar um crescimento sustentável”, complementou.
Saleh Lootah, presidente da UAE Food and Beverage. (Foto: Felipe Gonçalves e Heliakim Santos/LIDE)
Para Saleh Lootah, presidente da UAE Food and Beverage, o potencial do Brasil está na capacidade de produção alimentícia e no seu papel de auxiliar na resolução dos desafios da segurança alimentar da região do Golfo. “Acredito que o Brasil tem um grande potencial para se tornar o grande jogador no setor de alimentos”, comentou - fazendo alusão ao futebol. Segundo o executivo, o país tem os elementos necessários para esse protagonismo.
“O Brasil tem o papel de ajudar o mundo a lutar contra os desafios de segurança alimentar, e gostaria de ver uma abordagem mais agressiva com parceiros. A segurança alimentar é um problema para nós nos Emirados. Quando fomos atingidos pela pandemia, foi um desafio, pois parte da região importa alimentos. Isso mostra como temos a necessidade de encontrar soluções para esse problema”, explicou.
Tecnologia no topo
Com a perspectiva de ser um país cada vez mais tecnológico e conectado, Hasher Dalmook, representante do Ministério de Inteligência Artificial do Emirados Árabes Unidos, projeta o país como o líder mundial no segmento. Com uma estratégia lançada em 2017 pelo governo, hoje a nação investe em capacitação com programas específicos em universidades e 6 laboratórios de pesquisa dedicados ao tema.
Hasher Dalmook, afirma que ainda estão em um processo de conhecimento desta tecnologia, mas garante que nenhuma indústria vai ser afetada por ela. “Estamos descobrindo o potencial da tecnologia e nenhuma indústria vai ser afetada. Nós podemos ter algo que vai melhorar a qualidade e eficiência e outros aspectos da indústria”, declarou.
Evolução do agro
Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura. (Foto: Felipe Gonçalves e Heliakim Santos/LIDE)
O papel do agronegócio brasileiro no processo do desafio de segurança alimentar foi apontado pelo ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, que enfatizou a evolução brasileira em uma tecnologia tropical sustentável. “O Brasil, nos anos 70, importava 30% dos alimentos que consumia, e hoje, exportamos para 200 países, alimentando mais de 800 milhões de pessoas em todo o planeta. Isso deve-se, basicamente, a tecnologia”, afirmou
Martim Di Giacomo, COO da Minerva Foods, ressaltou, que apesar do país ser o número um em exportações de carne do mundo, é preciso olhar para os problemas e resolvê-los. “A logística é um problema. Temos mais de 40 dias de trânsito entre o Brasil e os Emirados Árabes, enquanto outros países competidores cegam em duas semanas”, alertou.
Bilateral
Mohamed Al Rais, chairman do LIDE Emirados. (Foto: Felipe Gonçalves e Heliakim Santos/LIDE)
O chairman do LIDE Emirados, Mohamed Al Rais, disse que a aliança entre Brasil e Emirados sempre foi de muito respeito. "Nós estamos aqui como arquitetos do futuro, desenhando uma nova era de parceria e prosperidade. O setor produtivo de ambos os países está trabalhando para desenvolver cooperação sustentável diariamente".
Rodrigo Paiva, presidente do LIDE Emirados. (Foto: Felipe Gonçalves e Heliakim Santos/LIDE)
O presidente do LIDE Emirados, Rodrigo Paiva, considerou que o primeiro grande evento do LIDE em Dubai marca um novo momento entre a relação empresarial de ambos países. "Nós temos maneiras similares de fazer negócio. Então, vamos usar as oportunidades e dialogar para que seja benéfico para os dois países".
Objetivo comum
Representantes do LIDE assinam MOU no Brazil Emirates Conference. (Foto: Felipe Gonçalves e Heliakim Santos / LIDE)
Após o primeiro período de debates do Brazil Emirates Conference, representantes do LIDE Emirados e do UAEIIC (Conselho Internacional de Investidores dos Emirados Árabes Unidos), assinaram o memorando de entendimento (MOU) a fim de unir esforços para impulsionar o desenvolvimento de investimentos nos dois países.
A cerimônia foi marcada pela presença do presidente do LIDE Emirados, Rodrigo Paiva e do chairman da unidade, Mohamed Al Rais, assim como Omar Almuzaki, do UAEIIC. Participaram também João Doria Neto, presidente do LIDE, Luiz Fernando Furlan, chairman do LIDE e João Doria, co-chairman do Grupo.
O Brazil Emirates Conference tem patrocínio do Banco BRB, Cedae, Codemge, Cutrale, Dasa, Hapvida NotreDame Intermédica, Paper Excellence, e apoio da Amaro Aviation, Bossa Nova Clinic, DrumWave, Eletra e Inovetech.