Consumidores acreditam que apenas 36% das marcas se importam com questões socioambientais
Estudo aponta percepções de marcas mais lembradas por ações voltadas para o tema.
Adriana Rocha, CEO e cofundadora da Ecglobal. (Foto: Divulgação)
A Ecglobal, empresa focada em consumer insights e comunidades da plataforma Haus do Grupo Stefanini, realizou um estudo abrangente com 500 participantes para entender as percepções dos consumidores em relação ao compromisso das empresas com questões ambientais e sociais. Segundo a pesquisa, mais de 70% dos entrevistados concordam que as empresas devem atuar como agentes de mudança social e ambiental. No entanto, apenas 36% acreditam que as marcas estão genuinamente comprometidas com essas pautas.
Dentro desse grupo, mais de 45% acham que essa preocupação é mista, combinando tanto o interesse em práticas sustentáveis quanto o lucro. Por outro lado, 14% deles são mais céticos, acreditando que o foco principal das empresas é aumentar as vendas, utilizando os temas como uma estratégia de marketing. Ainda assim, a expectativa de transparência é alta com um número superior a 75% concordando que as empresas devem falar abertamente sobre as temáticas.
Critérios avaliados
Os sinais de boas práticas que mais se destacam incluem uma variedade de iniciativas como, por exemplo, oferecer produtos ou serviços que não agridam o meio ambiente, que é considerado fundamental por 54% dos entrevistados; engajamento em iniciativas de conservação ambiental e projetos de reflorestamento, valorizado por 52% das pessoas. Já 56% dos participantes indicam programas de reciclagem e redução de resíduos como um sinal crucial de sustentabilidade.
Do lado social, entre as ações mais mencionadas estão a demonstração de comprometimento com o desenvolvimento da comunidade local, 57%, participação ativa em campanhas de conscientização e advocacia para questões sociais, 48% e apoio financeiro a organizações sem fins lucrativos que trabalham para causas sociais, 47%.
Marcas
Quando perguntados sobre as marcas mais lembradas no tema, a Natura é a que mais se destaca com usuários com ações como uso de embalagens 100% recicláveis, investimento em projetos de reflorestamento e conservação da biodiversidade, utilização de ingredientes naturais e produção de itens com carbono neutro sendo citadas. A ênfase na inclusão e diversidade, promovendo a igualdade de gênero, a inclusão de pessoas com deficiência e o apoio a comunidades indígenas e colaboração em projetos sociais que beneficiam comunidades vulneráveis também foram apontados.
Já a Unilever é reconhecida por substituir matérias-primas tradicionais por alternativas sustentáveis, usar biodegradáveis, reduzir emissões, reciclar plástico e executar diversos projetos focados em sustentabilidade. O Boticário é lembrado pela adoção embalagens recicláveis e realização de campanhas de conscientização. A Ypê destaca-se por suas campanhas que destinam valores para questões ambientais e iniciativas de plantio de árvores. A Nestlé é elogiada pelo seu compromisso consistente e discurso em prol da sustentabilidade.
Entre os bancos, Itaú foi indicado pelo investimento em programas de incentivo à leitura, apoio à educação e diversas iniciativas de sustentabilidade; e Bradesco pelos cursos gratuitos para especialização, visando capacitar profissionais e promover o desenvolvimento pessoal e profissional.
O apoio ao empreendedorismo também foi citado pelos entrevistados que lembraram do Sebrae pelo apoio a jovens empreendedores, oferecendo planos de negócios e orientações para o desenvolvimento de suas iniciativas e Grupo Mundo Social, criado pelo Magazine Luiza, que dá suporte e recursos para que esses empreendedores possam crescer e se desenvolver, promovendo a inclusão econômica e a igualdade de oportunidades.
“Essas marcas demonstram que é possível aliar sucesso empresarial com responsabilidade ambiental e social, contribuindo para um futuro mais sustentável e inclusivo. Ser autêntico e consistente pode elevar a reputação de uma empresa e gerar um grande valor de marca a longo prazo. Fazer isso de maneira correta não apenas beneficia a sociedade e o meio ambiente, mas também irá beneficiar enormemente os negócios com conexão criada com público”, comenta Adriana Rocha, CEO e cofundadora da Ecglobal.