Amazonas avança na consolidação de novas matrizes econômicas com potássio, gás natural e economia verde
O estado vem impulsionando a exploração sustentável de potássio para a produção de fertilizantes e a ampliação de oferta de energia mais limpa.
O estado vem impulsionando a exploração sustentável de potássio para a produção de fertilizantes e a ampliação de oferta de energia mais limpa. (Foto: Divulgação)
O estado do Amazonas avança na abertura de novos mercados impulsionada pelo desenvolvimento de matrizes econômicas com grande potencial, a exemplo da exploração sustentável de potássio para produção de fertilizantes, da ampliação da oferta de energia mais limpa com o gás natural, e do mercado de carbono e economia verde.
Resultado de uma política de Estado, definida como prioritária pelo governador Wilson Lima, o Governo do Amazonas tem criado o ambiente necessário para atrair novos investidores, a exemplo da definição de marcos legais que garantem segurança jurídica aos investimentos. A consolidação de novas matrizes ganhou a mesma importância estratégica da Zona Franca de Manaus (ZFM) para o desenvolvimento da economia do estado.
Com um polo que agrega cerca de 500 indústrias em Manaus e mais de 500 mil empregos diretos e indiretos, a ZFM continua sendo a principal atividade econômica do Amazonas e um dos principais mecanismos de geração de renda e de preservação da Amazônia. O estado, com a maior extensão desse bioma no Brasil, mantém cerca de 97% da sua cobertura natural preservada.
Potássio verde
Em abril deste ano, o Amazonas concedeu a licença ambiental para a operação da Pottássio do Brasil em Autazes. (Foto: Divulgação)
Entre as novas matrizes em desenvolvimento no Amazonas está a exploração sustentável das suas reservas de potássio. Em abril de 2024, o Estado concedeu licença ambiental para a operação da Potássio do Brasil em Autazes (a 113 quilômetros de Manaus).
Os investimentos para a extração do cloreto de potássio da mina de silvinita em Autazes, a maior do país, são da ordem de US$ 2,5 bilhões, com a geração de 17 mil empregos diretos e indiretos quando a jazida estiver na fase de operação. O Amazonas vai atender 20% da demanda nacional, reduzindo a dependência do país das importações do minério.
A Potássio do Brasil assegura que a operação em Autazes será uma das mais verdes do mundo, a partir das condicionantes ambientais exigidas que garantem, inclusive, baixo carbono emitido na operação. A exploração será feita em minas subterrâneas, por meio de um sistema de alta tecnologia que não gera impacto no modo de vida da superfície.
Além da implantação de infraestrutura que beneficiará comunidades próximas, como uma nova linha de transmissão de energia, uma estrada de 12 km e um porto fluvial, o projeto prevê destinar 2% da produção de cloreto de potássio para a agricultura familiar local, além de ações para preservação de sítios arqueológicos, mapeamento e cadastro de espécies animais e vegetais.
Gás natural
O estado detám a maior reserva de gás natural em terra do país. (Foto: Divulgação)
O Amazonas também detém a maior reserva de gás natural em terra do país, no campo Azulão, em Silves (a 240 quilômetros de Manaus), que tem recebido investimentos desde que o Governo do Estado definiu um novo marco legal, em 2021, para o serviço de distribuição e comercialização do combustível no estado.
A empresa Eneva, que havia comprado o campo Azulão da Petrobras em 2017, iniciou a operação em 2021, a partir do novo marco legal, com investimentos de R$ 1,8 bilhão. Atualmente, a empresa executa projeto de ampliação do complexo, com aportes de R$ 5,8 bilhões e que prevê a construção de usinas termelétricas e geração de 5 mil empregos na região.
As novas usinas Azulão I e II terão capacidade instalada de 950 MW e estarão conectadas ao Subsistema Norte do Sistema Interligado Nacional. A previsão é atender 3,7 milhões de residências em todo o país com o fornecimento de energia elétrica a partir do gás natural entre o fim de 2026 e o início de 2027.
Em fevereiro deste ano, a Eneva anunciou intenção de investir até 350 milhões em dois novos campos de exploração declarados comerciais, em Silves e Itapiranga (a 227 quilômetros de Manaus), com expectativa de gerar até 1 mil novos empregos.
Economia verde
Com a regulamentação da Política Estadual de Serviços Ambientais, em 2021, o Governo do Amazonas criou as condições necessárias para a estruturar o sistema estadual de REDD+ (Redução de Emissões de Desmatamento e Degradação Florestal) e avançar no mercado de crédito de carbono, obtendo recursos que beneficiam diretamente comunidades que vivem nas Unidades de Conservação (UCs) do Estado.
Com o avanço na legislação ambiental, o Governo do Estado lançou editais para seleção de projetos de desenvolvimento sustentável nas UCs estaduais para geração de créditos de carbono, que serão comercializados e os recursos aplicados em políticas socioambientais do Amazonas.
O Amazonas tem impulsionado áreas como restauração florestal, turismo de base comunitária e bioeconomia. (Foto: Divulgação)
Ao todo, 21 projetos foram habilitados, por meio dos editais, envolvendo áreas como restauração florestal, turismo de base comunitária, bioeconomia e incentivo a cadeias produtivas locais (manejo do pirarucu, extração de óleos e manejo madeireiro e não-madeireiro, entre outros).
A previsão é que a execução dos projetos nas UCs gere 163 milhões de toneladas de carbono equivalente (tCO2e), com potencial de captação de mais de R$ 8 bilhões, beneficiando 483 comunidades.
O Governo do Estado também dispõe 809,6 milhões de tCO2e em créditos de carbono resultados de redução de emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE) entre 2006 e 2015, disponíveis para venda no mercado voluntário. O montante representa potencial de captação de até U$ 2,4 bilhões.