79% dos varejistas latino-americanos devem aumentar em 20% o investimento em inovação até 2027, segundo BCG
Estudo revela que empresas que destinam mais verba para novidades são as que obtém maior ROI.
Estudo revela que empresas que destinam mais verba para novidades são as que obtém maior ROI. (Foto: Freepik)
O estudo How Retailers Use Innovation to Gain an Edge, que acaba de ser lançado pelo Boston Consulting Group (BCG) e pelo World Retail Congress (WRC), mostra que, para acompanhar as mudanças nos comportamentos e preferências dos consumidores, os varejistas precisam inovar.
A pesquisa, realizada com 400 executivos de variados setores do varejo de todo o mundo, sendo 78 da América Latina – 32 do Brasil, 29 do México e 17 da Argentina – revela que as empresas que já têm esse conceito introduzido nos negócios, alcançam um retorno sobre o investimento (ROI) mais elevado. Em âmbito mundial, os varejistas que mais investem em inovação (média de 13%), obtém um ROI de 21%. Por outro lado, os que menos aplicam (apenas 3%), contam com ROI de 9%.
“O investimento em inovação é importante para que os varejistas não fiquem presos em um ciclo vicioso, no qual o recurso é aplicado apenas em projetos-piloto, que não têm força para estimular uma transformação significativa no desempenho da organização, resultando em um baixo ROI. Com pouco retorno financeiro, por sua vez, não há como dedicar esforços para novos produtos e/ou serviços”, explica Fernando Lunardini, diretor executivo e sócio do BCG.
Atualmente, 60% das marcas mais inovadoras da América Latina, ou seja, as que destinam mais de 8% de sua receita anual para isso, estão investindo em redes sociais para vendas, 27% em mídias de varejo e 13% em marketplace. No próximo ano, 54% deles disseram que vão priorizar o e-commerce. Até 2027, no entanto, a previsão para a região é de que haja um aumento de 20% nos gastos com inovação por 34% das companhias que estão liderando a categoria, 25% pelas que estão em progresso (com mais de 6% dos recursos alocados em inovação) e de 20% pelas consideradas atrasadas (menos de 6% do faturamento vai para a área de criação) em termos de gerar novidades aos seus consumidores.
O relatório também aponta que entre as melhores práticas, em termos de inovação, estão:
• Investir em múltiplos projetos. Cerca de dois terços dos líderes (66%) e 47% dos atrasados na América Latina, maximizam seu ROI antecipado espalhando o financiamento da inovação por várias iniciativas, usando governança adequada para acompanhar os resultados das atividades, fornecendo o suporte necessário e decidindo quais tarefas continuar investindo. Esse número é superior ao global (de 63% e 43%, respectivamente).
• Instituir amplas parcerias. 66% dos líderes e 47% dos atrasados latino-americanos identificam as áreas em que podem acelerar a inovação ao complementar as operações internas com capacidades externas. Em âmbito global, mais da metade (57%) e 40% dos atrasados trabalham em projetos de inovação com partes externas. Apenas um em cada dez líderes inova principalmente internamente, em comparação com um em cada quatro dos atrasados.
• Transformar paradigmas da indústria e a expectativa dos consumidores. Mais da metade (60%) dos líderes em inovação da região fazem movimentos audaciosos em vez de se embasar exclusivamente em insights dos clientes, em comparação com 40% dos atrasados. Globalmente, estes números são, respectivamente, 50% e 37%.
“A inovação contínua continua é crucial para que os varejistas mantenham vantagem em um mercado cada vez mais competitivo e dinâmico”, finaliza Lunardini.