36% dos empresários consideram infraestrutura do Sudeste regular, ruim ou péssima
Panorama da Infraestrutura traz informações sobre transportes, energia e saneamento na região. Estudo da CNI lista obras prioritárias para os 4 estados da região, além de potencial para petróleo e setor portuário.
Levantamento da CNI reúne informações sobre as áreas de transporte, energia, saneamento básico e telecomunicações. (Foto: Agência CNI)
Lançado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o estudo “Panorama da Infraestrutura - Região Sudeste” revela que 36% dos empresários industriais consideram as condições de infraestrutura da região como regular, ruim ou péssima.
O levantamento da CNI reúne informações sobre as áreas de transporte, energia, saneamento básico e telecomunicações, bem como as propostas para melhorias da infraestrutura nos quatro estados da região.
Este trabalho é o terceiro de uma série de cinco produzidos pela CNI com o objetivo de estabelecer um retrato das condições de infraestrutura nas regiões brasileiras, identificando necessidades de investimento e pleitos do setor industrial.
O presidente da CNI, Ricardo Alban, ressalta que o relatório busca contribuir para a melhoria da infraestrutura na região, fator fundamental para o fortalecimento da indústria e da economia.
“O setor produtivo brasileiro sente o elevado déficit de infraestrutura e os efeitos da deterioração das condições nessa importante área da economia. Estradas sem conservação, energia cara e restrições para o acesso aos principais portos repercutem diretamente na competitividade da indústria nacional e na atração de investimentos para o país”, afirma Alban.
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O Sudeste é responsável por 52% do PIB industrial brasileiro. Isso reflete em grandes desafios para modernização dos acessos portuários, exploração de petróleo no pré-sal e aproveitamento de fontes renováveis como as hidrelétricas.
“Os maiores problemas de infraestrutura no Sudeste estão associados ao transporte rodoviário e às condições de acesso marítimo aos principais portos. A precariedade das rodovias públicas e o comprometimento da capacidade no Porto de Santos preocupam o setor industrial”, destaca o diretor de Relações Institucionais da CNI, Roberto Muniz.
O diretor alerta que a construção de uma agenda de investimentos na infraestrutura é um trabalho complexo, considerando um país de dimensões continentais como o Brasil. “Cada região tem suas particularidades e, portanto, diferentes estratégias devem ser adotadas para atender às necessidades locais, promovendo a eficiência e sustentabilidade dos projetos”, acrescenta Muniz.
De acordo com o estudo, 40% dos empresários do Sudeste apontam a infraestrutura rodoviária da região como regular, ruim ou péssima contra a média nacional de 54%. Os dados indicam que para o Sudeste superar as restrições logísticas é fundamental que sejam priorizadas obras de manutenção, adequação e expansão de corredores logísticos estratégicos, como a Ferrovia Centro Atlântica (FCA), a BR-381, a BR-116, a BR-101, a BR-262 e a Terceira Via de Ligação entre a Baixada Santista e a Capital Paulista.
Produção de petróleo e movimentação de contêineres ganham destaque no Sudeste
Atualmente, o Brasil é o 9º maior produtor mundial de petróleo e a Região Sudeste responde pela quase totalidade da produção nacional. Em 2023, a produção de petróleo nos estados localizados no Sudeste foi de 193 milhões de m³. Nesse período, esses estados foram responsáveis por 98% do total da produção nacional de petróleo. Este alto percentual destaca a importância da região para o setor petrolífero.
Outro ponto de destaque no Sudeste é a movimentação de contêineres. Só o Porto de Santos movimentou 4,3 milhões de Twenty-Foot Equivalent Units (TEUs) em 2023 - 37% do total nacional. O crescimento constante do fluxo de cargas portuárias tem gerado preocupações em relação a eficiência e a capacidade para atendimento da demanda nos próximos anos.
Números do trabalho
O “Panorama da Infraestrutura – Região Sudeste” contempla uma série de dados regionais, os quais são confrontados com informações nacionais, de modo que o leitor possa ter um parâmetro de comparação nos diferentes segmentos da infraestrutura.
Obras paradas
Dos 4.325 contratos analisados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) nos estados que compõem a Região Sudeste foram identificadas 2.338 obras paralisadas (54%). Dos vários setores da infraestrutura, o saneamento básico e os transportes estão entre aqueles com mais elevado número de registros de paralisações na região.
Novo PAC
O Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), anunciado em agosto de 2023, prevê investimentos de R$ 1,7 trilhão em todos os estados do Brasil, sendo R$ 759,7 bilhões em obras, serviços e empreendimentos na Região Sudeste.
Frota de veículos
A frota total de veículos em operação na Região Sudeste é de 56 milhões, de acordo com dados da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) referentes a dezembro de 2023. Dessa frota, 58,5% são automóveis, 18,1% motocicletas, 5,4% de veículos de carga e 17,9% estão classificados como “outras modalidades de veículos”. Os números mostram, ainda, que o Sudeste tem 51,8% do total de automóveis do país.
Saneamento básico
As redes de esgoto atendem a 56% da população total do Brasil. A Região Sudeste se destaca, com o maior índice de atendimento do país – 80,9% da população é atendida com esgotamento sanitário. O Estado de São Paulo é o que apresenta a maior cobertura, com índice de 91%.
Índice de atendimento total de esgoto na Região Sudeste (2022)
SP - 91%
MG - 76%
RJ - 65%
ES - 60%
Dez aeroportos mais movimentados em relação a transporte de passageiros no Sudeste - 2023
(embarque e desembarque no mercado doméstico e internacional)
1 - Aeroporto de Guarulhos - 40.507.268
2 - Aeroporto de Congonhas - 21.869.812
3 - Aeroporto de Viracopos - 11.944.804
4 - Aeroporto de Santos Dumont - 11.201.517
5 - Aeroporto de Confins - 10.136.906
6 - Aeroporto de Galeão - 7.763.294
7 - Aeroporto de Vitória - 3.044.404
8 - Aeroporto de Uberlândia - 1.081.684
9 - Aeroporto de São José do Rio Preto - 713.638
10 - Aeroporto de Ribeirão Preto - 607.523