“Pix trouxe 71 milhões de brasileiros para o sistema financeiro digital”, afirma Fábio Araújo, do Banco Central
Coordenador do Drex destaca em Londres o papel do Brasil como referência global em inovação financeira e defende avanço na integração entre tecnologia e regulação.
O coordenador do Drex (a moeda digital do Banco Central do Brasil), Fábio Araújo, afirmou durante o LIDE Brasil Reino Unido Fórum que o país vive “um momento único de inclusão financeira e inovação tecnológica”, resultado de uma regulação favorável à digitalização e de soluções como o Pix, que inseriu 71 milhões de brasileiros no sistema financeiro nos dois primeiros anos de operação.
“O Pix foi um divisor de águas. Ele permitiu que milhões de pessoas que nunca tinham feito uma transação digital passassem a existir dentro do sistema financeiro”, afirmou Araújo.
O economista, que atua no Banco Central desde 1998, lembrou que o Brasil construiu uma tradição de cooperação com o Reino Unido — especialmente com o Banco da Inglaterra, parceiro no desenvolvimento do regime de metas de inflação e em projetos de regulação financeira. “Essa colaboração histórica mostra como o diálogo entre os dois países gera resultados concretos para a estabilidade e o avanço tecnológico dos sistemas financeiros”, destacou.
Araújo explicou que, embora o esforço de bancarização iniciado nos anos 2000 tenha ampliado o número de contas no país, grande parte da população permanecia fora da economia digital, sem histórico bancário. O Pix e a Lei das Instituições de Pagamento mudaram esse cenário, criando um “trilho comum de pagamentos” que integrou fintechs, bancos e usuários em todo o território nacional.
“Hoje temos quase 180 milhões de usuários únicos e picos de até 7 bilhões de transações por mês. O Pix não eliminou os outros meios de pagamento — ele expandiu o sistema, democratizou o acesso e impulsionou o uso de cartões e crédito digital”, explicou.
Coordenador do Drex (a moeda digital do Banco Central do Brasil), Fábio Araújo. (Foto: Felipe Gonçalves/LIDE)
O coordenador também destacou o avanço do Open Finance, fortemente inspirado no modelo britânico de open banking, e o papel do Drex na próxima fase da digitalização financeira. Para ele, a tokenização de ativos e o uso de infraestruturas baseadas em blockchain serão essenciais para criar interoperabilidade real entre instituições e simplificar o investimento em títulos e ações.
“Hoje, investir em papéis de empresas ou em títulos públicos ainda é complexo. A tokenização pode resolver isso e aproximar o investidor comum do mercado de capitais”, disse Araújo.
Ele lembrou que o Brasil já é o terceiro maior mercado de criptoativos do mundo, atrás apenas da poupança e das apostas esportivas, e defendeu que o país deve “liderar a convergência entre inovação e regulação”. “Temos um dos sistemas financeiros mais avançados e abertos à tecnologia. O desafio agora é garantir interoperabilidade e segurança, mantendo o foco na inclusão e na produtividade”, concluiu.
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